RJ: Polícia promove terrorismo na Maré em 12ª operação no ano

As mulheres, homens, trabalhadores e jovens do Complexo da Maré enfrentam, há pelo menos 10 horas, no dia 18 de maio, mais uma operação terrorista da Polícia Militar (PM) e do seu Batalhão de Operações Especiais (Bope), além da Polícia Civil e sua Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Polícias levam terror ao povo na 12° operação policial na Maré no ano de 2023. Foto: Reprodução
Polícias levam terror ao povo na 12° operação policial na Maré no ano de 2023. Foto: Reprodução

RJ: Polícia promove terrorismo na Maré em 12ª operação no ano

As mulheres, homens, trabalhadores e jovens do Complexo da Maré enfrentam, há pelo menos 10 horas, no dia 18 de maio, mais uma operação terrorista da Polícia Militar (PM) e do seu Batalhão de Operações Especiais (Bope), além da Polícia Civil e sua Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Print Friendly, PDF & Email

As mulheres, homens, trabalhadores e jovens do Complexo da Maré enfrentam, há pelo menos 10 horas, no dia 18 de maio, mais uma operação terrorista da Polícia Militar (PM) e do seu Batalhão de Operações Especiais (Bope), além da Polícia Civil e sua Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Segundo denúncias dos moradores, eles foram acordados ao som de bombas e rasantes de helicóptero, assim como tiveram dezenas de casas invadidas pelos policiais portando fuzis. A operação ocorre nas favelas do Parque União e Nova Holanda.

“Com três crianças em casa, tive a casa invadida pela polícia. Alegaram que eu não ouvi eles batendo. Acordei com um na janela do quarto e outro na sala. Cada dia mais difícil viver na favela. Questionaram a Kenner [marca de tênis] do meu filho. Por que uma criança de 10 anos não poderia usar Kenner? Questionaram o tamanho do tênis dele porque disseram que era tênis de adulto. Meu filho calça 37”, afirmou uma moradora em relato à Maré Vive.

Outros moradores também denunciaram a operação em suas redes sociais: “Governo maldito não cansa de aterrorizar os moradores da Maré. Cláudio Castro genocida pode dar a mão para o Sérgio Cabral, tudo da mesma laia”, afirmou um morador. Outra moradora relatou: “Sou diarista e só ganho se for trabalhar. Dias de operação não se ganha, nem trabalha. É um caos e ainda corremos o risco de perder o trabalho. O patrão não acredita e nem quer saber”. Já outro morador denunciou as ações dos policiais durante as operações: “Eles gostam de fazer operação porque sempre encontram alguma coisa para eles pegarem [dos moradores]”.

No Twitter, outro morador demarcou: “Esculacham os moradores. Até quando a Nova Holanda vai sofrer assim? Mano, faz uma manifestação e fecha as ruas todos os dias até eles pararem com operação aí dentro!”.

Em razão da operação, 24 escolas da rede municipal e estadual suspenderam as atividades. Nelas, estudam 7.897 alunos que tiveram seu direito a aprender negado. As clínicas da família Diniz Batista dos Santos e Jeremias Moraes da Silva interromperam o funcionamento. A operação desta quinta-feira já é a 12ª desde o início de 2023. Distribuindo em uma estimativa de uma operação por semana, considerando que no dia 15 de maio iniciou-se a 20ª semana do ano, em 60% das semanas até agora houveram operações na Maré.

Em luta, massas da Maré já fizeram o “caveirão” voltar de ré

Rechaçando a guerra contra o povo promovida diariamente pelo velho Estado, no ano passado, moradores do Complexo da Maré  resistiram com paus e pedras a uma operação genocida das Polícia Militar (PM) e Polícia Civil, no dia 25 de novembro, que deixou dois mortos. As massas da Maré resistiram durante mais de 12 horas de operação, encurralaram “caveirões”, responderam às agressões da polícia com paus e pedras e também fecharam as vias movimentadas ao redor da favela, entre elas a Avenida Brasil (a principal da cidade). 

Um vídeo revela as imagens do momento em que uma jovem moradora atinge com um pedaço de madeira um policial que a agredia. O policial dispara com tiros de fuzil, em vã tentativa de dispersar dezenas de moradores revoltados. Os tiros dados contra moradores desarmados não foram para cima, mas na direção destes. Os moradores também construíram uma barricada dentro da favela ao verem o blindado da polícia chegar. Para impedir a incursão do “caveirão”, objetos e tintas foram atirados. Ao fim, ele recua frente a reação decisiva dos moradores. Em outro momento, dezenas de moradores cercam um “caveirão” em uma das entradas da favela, não o deixando sair do lugar.

Relembre, aqui, os vídeos de resistência das massas contra as forças de repressão:

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: