Policiais da Brigada Militar (BM) invadiram uma festa de aniversário e assassinaram a trabalhadora Sabrina de Oliveira Moreira, de 27 anos, com um tiro à queima-roupa na madrugada do dia 13 de abril, em Porto Alegre. Sabrina foi velada e sepultada no dia seguinte em Alvorada. Ela deixa três filhos.
A trabalhadora foi assassinada em um bar na rua José Hilário Retamozo, no bairro Mário Quintana, na Zona Norte da capital. Lá, cerca de 15 pessoas se encontravam confraternizando após o aniversário de um dos filhos de Sabrina. Atendendo a uma chamada para verificar uma suposta briga, PMs do 20° Batalhão da BM se deslocaram até o local. A família relata que a abordagem foi truculenta e desrespeitosa e que os policiais chegaram “botando o fuzil na cara” dos presentes, conforme entrevista concedida ao monopólio de imprensa RBS (afiliada da Rede Globo). Ao tentar proteger o irmão da violência, Sabrina foi baleada no tórax. Ela chegou a ser levada ao Hospital Cristo Redentor, mas não resistiu.
Casos de violência policial se amontoam no RS
Esse não é o único caso recente de assassinato de trabalhadores pela PM no Rio Grande do Sul. Além de Sabrina, a BM também assassinou o motorista de caminhão e motoboy Rafael Gonçalves dos Santos, de 25 anos, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O caso ocorreu no bairro Santo Afonso no dia 05/04. Segundo a BM, ele estava na carona de um carro que não teria obedecido a uma ordem de parada. A mãe da vítima contesta a versão e exige as filmagens do ocorrido. O trabalhador deixou uma filha de três anos.
Já em Cruz Alta, no noroeste do estado, um mecânico de 58 anos denuncia ter sido agredido por policiais militares no dia 09/04, após abordagem em uma barreira policial. O momento, registrado em vídeo, mostra o trabalhador sendo jogado no chão, imobilizado e agredido a socos e chutes por mais de um minuto pelos policiais em sua própria oficina.
No ano passado, casos como o do operário Rudimar Rolim Machado, assassinado por policiais em Erechim, do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, assassinado em São Gabriel e do caminhoneiro Gilvane Pinto, assassinado em Catuípe, foram amplamente denunciados no AND. No presente mês, em menos de 15 dias e em diferentes partes do estado, assassinatos e agressões são registrados e comprovam a escalada da violência da BM contra o povo gaúcho.
