SP: Assassinatos por policiais militares aumentam 86%

Segundo relatório divulgado pela Secretária de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), no último dia 25 de outubro, a Polícia Militar de São Paulo matou 106 pessoas no último trimestre deste ano. Se comparado com o mesmo período de 2022, o número aumentou em 86%.

SP: Assassinatos por policiais militares aumentam 86%

Segundo relatório divulgado pela Secretária de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), no último dia 25 de outubro, a Polícia Militar de São Paulo matou 106 pessoas no último trimestre deste ano. Se comparado com o mesmo período de 2022, o número aumentou em 86%.
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Segundo relatório divulgado pela Secretária de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), no último dia 25 de outubro, a Polícia Militar de São Paulo matou 106 pessoas no último trimestre deste ano. Se comparado com o mesmo período de 2022, o número aumentou em 86%. Ainda segundo o relatório, o número de 106 pessoas mortas corresponde a assassinatos policiais durante serviço. Em casos onde os policiais estão de folga o número é de 33 mortes, um aumento de quase 30%.

A apuração dos dados corresponde ao período de julho a setembro de 2023, neste período a “Operação Escudo”, deflagrada em 28 de julho, foi responsável pela chacina de 28 pessoas no Guarujá. A maior chacina realizada pela PM desde o massacre do Carandiru (1992). Os dados apontam ainda que o batalhão Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) foi responsável pela morte de 13 pessoas neste período. Entre 2017 e 2019 o batalhão foi responsável por 220 mortes.

Guilherme Derrite, Secretário de Segurança Pública de São Paulo e ex-tenente da Rota, informou no último dia 4 que aumentará o efetivo policial no Guarujá com a implementação de mais uma companhia do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) em abril de 2024, o que significa uma implementação de mais 120 policiais no batalhão. A declaração foi realizada ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro durante evento em Santos.

Guilherme Derrite, político ultra reacionário que se gaba em entrevistas de ser expulso da Rota por “matar muito ladrão”, não admite nenhum erro na política de segurança pública e exorta dados das últimas operações frente a polêmica do relatório da SSP-SP. “A Operação [Escudo] resultou na prisão de 958 pessoas […]”. A Ouvidoria das Polícias registrou inúmeras denúncias de moradores de que durante a operação ameaças e torturas foram realizadas pelos policiais.

O Governador Tarcísio, conforme sua promessa de campanha, diminuiu a verba do programa Olho Vivo que implementa câmeras corporais em policiais em R$ 15 milhões no último mês e o programa não foi ampliado desde o início do ano. O projeto do governador é retirar as câmeras corporais da PM.

Em relatório divulgado pela Humans Right Watch nesta terça (7) os boletins de ocorrência e laudos forenses realizados na Operação Escudo atestam que os exames “são ineficazes e não cumprem os padrões mínimos aceitáveis na investigação de mortes relacionadas com armas de fogo no contexto da ação policial”. 26 boletins e 15 laudos foram analisados por peritos forenses internacionais e foi verificado que: Em 12 casos a Polícia Civil colheu depoimentos de policiais em grupos, nos casos de depoimentos individuais eles são curtos e sem detalhes; A perícia foi solicitada somente em 16 dos casos; em 7 casos os corpos chegaram para perícia sem roupas; laudos necroscópicos carecem de maior documentação; 3 casos apontam no exame residuográfico que não há indicativo de pólvora nas vítimas e 4 casos são inconclusivos; em 10 casos policiais usavam câmera corporal, destes, somente 6 tiveram imagens registradas, os demais apresentaram defeito na câmera ou estavam sem bateria.

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