Tarcísio e Derrite: o casamento perfeito para o genocídio do povo brasileiro

O bolsonarismo é o genocídio do povo como estratégia política. Guardar aos galinhas-verdes dos nossos tempos algo além de um combate impiedoso e total é contribuir com eles.

Tarcísio e Derrite: o casamento perfeito para o genocídio do povo brasileiro

O bolsonarismo é o genocídio do povo como estratégia política. Guardar aos galinhas-verdes dos nossos tempos algo além de um combate impiedoso e total é contribuir com eles.
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Atualização: Poucas horas após a publicação da matéria, o governador Tarcísio de Freitas indicou Guilherme Derrite para mais um cargo: o de Conselheiro Fiscal do Metrô de SP. Dessa forma, Derrite alcançou um salário de incríveis R$ 67 mil mensais.


O assassino e terrorista governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, nomeou o Secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite para o cargo de Conselheiro Fiscal da companhia ambiental Cetesb. Agora, o ex-policial que está à frente do gerenciamento mais letal da história de SP desde o Massacre do Carandiru (são 84 mortos desde dezembro de 2022) recebe por mês R$ 60,2 mil em três funções acumuladas: deputado federal, capitão aposentado da PM-SP e Conselheiro Fiscal ambiental.

O homem de confiança de Tarcísio escolhido para sua macabra Secretaria de Segurança Pública é também responsável por 24 postagens sobre o projeto de lei que pretende acabar com o direito constitucional à que os brasileiros encarcerados possam realizar saídas temporárias. Este tema é utilizado por bolsonaristas para sua agitação de extrema-direita, o que pode caracterizar o uso indevido da Secretaria.

Ao que parece, Tarcísio está sendo beneficiado aquele que está alavancando a sua figura como o sucessor eleitoral de Jair Bolsonaro através de terrorismo de Estado e com agitações políticas. Em resposta, acena para ele com um salário que pode fazer inveja até mesmo em alguns governadores que recebem bem menos.

Afinal, quem é Guilherme Derrite?

Na realidade, Guilherme Derrite não é especialista em meio ambiente e nem em comunicação, mas sim em assassinar o povo pobre de São Paulo. Nomeado por Tarcísio para a Secretaria de Segurança Pública, Derrite divide as atuações à frente da Secretaria com o cargo de deputado federal. Diante da votação na Câmara de Deputados do PL sobre as “saidinhas”, Derrite retirou-se por um momento do cargo de secretário para poder votar na pauta, que é cara à extrema-direita, retornando logo em seguida.

Meses antes, em dezembro de 2024, Derrite anunciou que mais 330 policiais seriam enviados para a cidade de Guarujá (Baixada Santista) para a Operação Verão. Encerrada em 1º de abril de 2024, a operação teve como saldo 56 assassinados em quatro meses (uma média de 14 assassinados por mês, ou aproximadamente um a cada dois dias). Entre os mortos, estão trabalhadores que são deficientes visuais, paraplégicos e até mesmo uma mulher grávida – que, aos olhos dos assassinos e terroristas, são todos traficantes que trocaram tiros com os policiais.

Extrema-direita bolsonarista é expressão política de grupos de extermínio

Em suas agitações políticas, a extrema-direita bolsonarista se utiliza das ações e discursos de agentes oficiais da repressão que, nas últimas décadas, estiveram à frente de grupos de extermínio. E apesar do caso do Rio de Janeiro (de Ronnie Lessa) ser o mais notório, no centro econômico mais importante do país, tal estratégia política também se fez presente.

A edição de maio da revista Piauí traz um levantamento de inquéritos policiais do 14º Batalhão da PM e da Rota – Derrite cumpriu funções enquanto policial nas duas – e chegou à conclusão que o atual secretário de Segurança Pública de SP tem participação em ao menos de 16 mortes.

Então tenente, Guilherme Derrite entrou para o 14º BPM no final de 2006, tendo ficado até 2009. Nos meses anteriores desse mesmo ano, o grupo de extermínio “Eu sou a morte” iniciou os seus trabalhos. Segundo informações apuradas pela Piauí, um dos integrantes confessou que o grupo atuava com conhecimento e aval de Derrite. “O grupo executava suspeitos de pequenos furtos para proteger os estabelecimentos comerciais aos quais dava segurança, mas também executava pessoas com antecedentes criminais e, sobretudo, dependentes de drogas”, afirma a Piauí.

É tempo de condenar, também, aqueles representantes da direita tradicional que apostam no “bolsonarismo moderado” (como o monopólio de imprensa Folha de SP que abriu suas páginas para tal embuste). Para os propósitos do Brasil de 2024, isto é o mesmo que solicitar que se coloque no aparato do velho Estado brasileiro uma estrutura que se apoia militarmente nos grupos de extermínio; e é o mesmo que aceitar que o cenário político nacional conte com a agitação golpista – porém uma agitação golpista diferente, que dialogue com o STF sem tantas rusgas.

O bolsonarismo é o genocídio do povo como estratégia política. Guardar aos galinhas-verdes dos nossos tempos algo além de um combate impiedoso e total é contribuir com eles.

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