Agrava-se a crise militar: General é preso por extorsão de garimpeiros ilegais

O general e secretário da Segurança Pública do Amazonas, Carlos Alberto Mansur, foi preso pela Polícia Federal (PF), no dia 29 de agosto, em meio a investigações de extorsão de garimpeiros ilegais de ouro e propinas pagas a agentes do velho Estado.
General reacionário Carlos Alberto Mansur. Foto: Reprodução
General reacionário Carlos Alberto Mansur. Foto: Reprodução

Agrava-se a crise militar: General é preso por extorsão de garimpeiros ilegais

O general e secretário da Segurança Pública do Amazonas, Carlos Alberto Mansur, foi preso pela Polícia Federal (PF), no dia 29 de agosto, em meio a investigações de extorsão de garimpeiros ilegais de ouro e propinas pagas a agentes do velho Estado.
Print Friendly, PDF & Email

O general e secretário da Segurança Pública do Amazonas, Carlos Alberto Mansur, foi preso pela Polícia Federal (PF), no dia 29 de agosto, em meio a investigações de extorsão de garimpeiros ilegais de ouro e propinas pagas a agentes do velho Estado. Ele foi preso por porte ilegal de arma, pagou fiança e foi posto em liberdade. Outros quatro militares reacionários foram alvo da operação: dois capitães, um comissário e um coronel.

As investigações contra o general Mansur após a verificação de informações de ligação de seu filho, chefe do Núcleo Especial de Operações de Trânsito, com roubo de carregamentos de ouro e pagamentos de propinas.

O general tem uma extensa carreira nas Forças Armadas, sendo contemporâneo de academia de todo o Alto Comando. Ele fez parte da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) na turma de 1983 e ocupou o comando da 12.ª Região Militar, com sede em Manaus. Após passar à reserva, assumiu a Secretaria da Segurança no ano de 2021.

A prisão do general aprofunda a crise a que está submetido o Exército reacionário, que já se encontra desmoralizado em meio a graves e copiosas denúncias de prevaricação diante do golpismo, além de militares protagonizando casos de corrupção.

Militares na Amazônia: atolados em corrupção e golpismo

Além do caso do general Mansur, um tenente-coronel do Exército reacionário está sendo investigado por vazar informações sobre operações policiais a grandes garimpeiros na região do Japurá, no norte do Amazonas, próximo à divisa com a Colômbia. Segundo as investigações, Abimael Alves Pinto recebeu R$ 930 mil entre 2020 e 2022. O militar era lotado no subcomando do Batalhão de Selva e era responsável pelo controle operacional de ações na fronteira. As mensagens rastreadas dão conta de atividades de até três anos atrás.

O general e ex-vice-presidente Hamilton Mourão também é conhecido por manter vínculos profundos com grandes garimpeiros e mineradores. Ele compareceu a diversas reuniões com figuras como Altino Machado, que comandou vários garimpos abertos na Amazônia, responsável pelas três maiores invasões na Terra Indígena Yanomami.

Ademais dos casos de corrupção, há também uma investigação interna do Ministério Público Militar do Amazonas (MPM-AM) contra o próprio Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus, por ter guardado pertences de reacionários golpistas acampados durante desmonte do acampamento, um dia após a segunda bolsonarada do 8 de janeiro. Negociações foram realizadas pessoalmente dentro do CMA com líderes de extrema-direita que coordenavam o acampamento.

‘Casos isolados’ ou interesses políticos na região?

A Amazônia, região de fronteira com diversos países, de extensa mata virgem e de intensa atuação do movimento camponês em luta por terra aos pobres do campo, é estratégica sob vários aspectos para o velho Estado brasileiro de grandes burgueses e latifundiários. 

Diante do perigo de agudização dos conflitos entre camponeses pobres e indígenas contra latifundiários, as Forças Armadas reacionárias atuam militar e politicamente para salvaguardar os interesses das classes dominantes no local, enquanto chafurdam em corrupção e golpismo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: