Dezenas de protestos contra a aprovação do “Marco Temporal” ocorreram por todo o Brasil em meio à suspensão por uma semana da votação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 31 de agosto. Rodovias foram bloqueadas desde Roraima ao Rio Grande do Sul. Os manifestantes rechaçaram a medida pró-latifúndio, que está sendo votada desde o ano de 2021 pelo STF e que já foi aprovada na Câmara dos deputados, e em algumas instâncias do Senado.
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De Norte a Sul, manifestantes rechaçam ‘Marco Temporal’
Maranhão
Os povos guajajara, káapó, awa-guajá, krikati e gavião bloquearam a BR-136; via que localiza-se entre o município de Santa Inês e a Terra Indígena Pindaré, em Bom Jardim. No dia 31/08, os indígenas retornaram no início da manhã e bloquearam novamente a rodovia.
Outro bloqueio contra a aprovação do Marco Temporal, também no dia 30/08, ocorreu na rodovia MA-014, no povoado de Itaquaritiua, entre os municípios de Viana e Matinha, pelos indígenas do povo akroá gamella. Houve também uma manifestação do povo gavião no município de Amarante do Maranhão e do povo krikati em Sítio Novo.
Mato Grosso do Sul
Indígenas de várias etnias fecharam a MS-384, no trecho entre as cidades de Bela Vista e Antônio João, na manhã de 30/08 – assim que a votação no STF foi reiniciada. A Polícia Militar Rodoviária (PMR) foi enviada para a manifestação.
Rio Grande do Sul
Na BR-386, em Iraí, e na RS-135, em Erebango os povos kaigang (de ventara alta) e guarani (de mato preto) se uniram em uma mobilização. Cerca de 50 indígenas estavam presentes na manifestação. A atual votação do STF se dá a partir do julgamento do destino de áreas indígenas Xokleng, Kaingang e Guarani no estado do RS.
Em Porto Alegre, capital gaúcha, também ocorreu um protesto onde indígenas dos povos Kaingang, Mbya Guarani e Xokleng, do Morro do Osso, 02 da Lomba do Pinheiro, São Leopoldo, Canela, São Francisco de Paula, Capela de Santana, Maquiné, Itapuã, Cantagalo, Estiva e Lami – além de organizações populares e de indígenas.
Bahia:
Durante o protesto de indígenas de diversas aldeias do extremo-sul da Bahia, ocorrido em Eunápolis, uma empresária foi presa após atropelar três indígenas que estavam em protesto contra o “Marco Temporal”. O fato aconteceu por volta das 14h do dia 31/08, em frente à Reserva Indígena da Jaqueira. Os indígenas, indignados, apedrejaram o carro após o atropelamento e ameaçaram colocar fogo no veículo. No fim, o justo protesto continuou e a empresária, que também teve vidros e lataria quebrados, foi detida.
São Paulo
No dia 01/09, indígenas da aldeia Ribeirão Silveira fecharam a rodovia Rio-Santos (SP-55). O ato contou com cerca de 50 indígenas dos povos guarani, guarani mbya e guarani ñandeva e caminhou por alguns quilômetros da estrada. Na região, vivem mais de 400 indígenas.
Tocantins
Manifestações de indígenas em repúdio ao “Marco Temporal” ocorreram no Bico do Papagaio, na TO-210. A mobilização interditou parcialmente um trecho da rodovia que liga Tocantinópolis e Luzinópolis, durante a tarde de 30/08.
Espírito Santo
Por dois dias consecutivos, indígenas da aldeia Comboios e outras fecharam a ES 010 em Aracruz, norte do Espírito Santo. As manifestações ocorreram na manhã de 30/08 e de 31/08 e interditaram a rodovia na entrada da Aldeia Boa Esperança.
Roraima
Em Roraima, mais de 4 mil indígenas de diversos povos se reuniram no Centro Cívico de Boa Vista para se manifestar contra o Marco Temporal.
Ceará
Em Fortaleza, um ato mobilizou indígenas em frente ao prédio da Justiça Federal na tarde do dia 30/08.
