Supremo Tribunal Federal (STF)

PGR pede mais provas no caso das fraudes de cartões de vacina por Bolsonaro

Abundam provas, mas a prisão não virá enquanto Bolsonaro não estiver politicamente fragilizado o suficiente.
Os denunciados pela PGR Zambelli e Delgatti atuaram para questionar às urnas, tema que foi debatido por altos comandantes das Forças Armadas reacionárias.
Por conta do elevado grau de descredibilidade das instituições políticas brasileiras, as classes dominantes reacionárias ainda têm interesse em manter a imagem da luta contra a corrupção atrelada à Sérgio Moro – ainda que seja cassado no TSE.
Mesmo assim, a informação revela que o imbróglio relacionado à hospedagem de Bolsonaro no prédio diplomático ainda não se encerrou. Mais do que isso, pode indicar que era um episódio planejado para passar despercebido, sem registros e muito menos vazamentos.
Se Luiz Inácio ouvisse não a interpretação do ministro Flávio Dino, mas os pedidos dos familiares das vítimas dos crimes praticados por aqueles que Paulo Chagas elogia, reabrindo a Comissão dos Mortos e Desaparecidos do regime militar, numa canetada, já teria feito muito mais pelo enfrentamento do golpismo do que em toda sua trajetória recente.
Contrariados pela agitação de extrema-direita por um golpe de Estado que teve como conteúdo, dentre outras coisas, o discurso anti-STF, os ministros buscam aproveitar da desmoralização sofrida pelos galinhas verdes e militares da ala mais à extrema-direita para recuperar a iniciativa nas pugnas entre as instituições e preservar o seu bolsão de Poder.
Me preocupa que contra essa disposição tão popular, prefiram que seja mantida a árvore decadente e que dela nasça ainda mais um fruto podre.
A defesa de Bolsonaro respondeu à solicitação de Alexandre de Moraes e apresentou explicações para estadia por dois dias na embaixada da Hungria. Bolsonaro tenta afastar imagem de covarde, ao mesmo tempo que briga por criar fato político.
É falso que somente fanáticos bolsonaristas tenham razão para criticar o STF. É um erro deixar para a extrema-direita a prioridade na crítica dessa instituição oligárquica e anti-povo.