Flávio Dino

A agitação dos generais de pijama e silêncio de Luiz Inácio

Se Luiz Inácio ouvisse não a interpretação do ministro Flávio Dino, mas os pedidos dos familiares das vítimas dos crimes praticados por aqueles que Paulo Chagas elogia, reabrindo a Comissão dos Mortos e Desaparecidos do regime militar, numa canetada, já teria feito muito mais pelo enfrentamento do golpismo do que em toda sua trajetória recente.
Ministros deixam claro que, no 8 de janeiro, todos temiam os generais; resta saber se inação desde então é incoerência ou também manifestação desse temor.
Durante o final de semana de onda de calor no RJ, ao menos 216 pessoas tiveram o direito ao lazer violado pelas abordagens policiais nas orlas cariocas, durante a chamada "operação verão".
Depois de horas de sabatinas na CCJ do Senado, as nomeações de Paulo Gonet para a PGR e de Flávio Dino para o STF foram consumadas
A Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares (PL 4363/2001), foi aprovada pelo Senado dia 7 de novembro. Fruto do esforço de Luiz Inácio (que colocou seu ministro Flávio Dino como figura de proa no contexto de "crise de segurança" no Rio e na Bahia), o projeto teve o apoio ilustre da "Bacanda da Bala". O projeto é conhecido como "Lei das Polícias" e não teve alteração: promoverá o aumento da repressão no campo, permitirá que policiais que participaram de chacinas contra o povo sejam promovidos, além de dar um passo à mais no corporativismo militar.
Casas e comércios destruídos, escolas e hospitais fechados, destruição de áreas de lazer. Estas são as principais consequências para os moradores do Complexo da Maré, que denunciam as forças policiais que promovem uma operação continuada.
Três médicos foram executados e um ficou ferido como resultado de um ataque brutal em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, zona nobre do Rio de Janeiro. Todos os executados eram médicos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e estavam no Rio de Janeiro para participar de um congresso de ortopedia.
O ministro Flávio Dino, anunciou no dia 04/10 o adiamento do envio da Força Nacional ao RJ, estado onde as tropas estavam escaladas pelo Ministério para realizar operações de guerra nas favelas, com grandes possibilidades de graves violações de direitos dos moradores.