José Múcio
Houve ausências mesmo por parte da própria equipe governamental. As massas populares foram a ausência mais notável e importante no ato. Os setores mais ativos e conscientes das massas têm combatido as hordas de extrema-direita em outras frentes, como no campo.
Hoje, os pobres do campo têm um movimento camponês revolucionário munido de uma estratégia, de um programa revolucionário de natureza proletária para transformar o campo e das formas de luta que lhes permitem vencer e triunfar, ainda que numa luta prolongada e a despeito do enorme desequilíbrio de forças; e que essa organização está, crescentemente, dando direção revolucionária na luta pela terra, quer seja direta, quer seja indiretamente
Precisamos questionar: o que Lula diz condiz com o que ele faz (ou permite que aconteça) em seu governo? A posição dos ministérios de fato contraria o projeto de governo de Lula ou contraria apenas algumas das declarações do presidente?
Múcio reclama dos gastos, mas esconde que o Ministério da Defesa gasta, há anos, mais de 80% do orçamento com gasto de pessoal. A proporção é três vezes maior do que no Exército imperialista do Estados Unidos (EUA).
Se fosse aprovada, a medida teria ignorado completamente o que o próprio povo gaúcho tem dito sobre o Exército na região. O povo do RS não precisa da ajuda dos militares reacionários. Precisa de formas mais elevadas de organização das massas, como Comitês de Solidariedade Popular
Uma operação aprovada pelo STF atingiu generais, Bolsonaro e políticos alinhados ao ex-presidente. Apesar de aparentar “combater o golpismo”, o que o STF busca é a punição àqueles que ultrapassaram o limite aceito pela direita liberal ali representada, garantindo o seu bolsão de poder.
Chama a atenção que o mandatário do País, eleito com a promessa de colocar os militares em seu devido lugar, tenha tanto apreço e compromisso com o ministro da Defesa que, de forma escancarada, é porta-voz das exigências dos milicos no governo
Em novembro de 2023, data mais recente disponível no Portal da Transparência, 2.760 militares da ativa ocupavam postos no governo federal. O número é de somente 6,4% menor do que a porcentagem em dezembro de 2022, no governo Bolsonaro.
Ministros deixam claro que, no 8 de janeiro, todos temiam os generais; resta saber se inação desde então é incoerência ou também manifestação desse temor.