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Marconne Oliveira

Marconne Oliveira é formando em Letras, professor de redação, escritor e tradutor.
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Marconne Oliveira

Marconne Oliveira é formando em Letras, professor de redação, escritor e tradutor.

Crônica: As maçãs lógicas do STF

Me preocupa que contra essa disposição tão popular, prefiram que seja mantida a árvore decadente e que dela nasça ainda mais um fruto podre.
Nas vésperas do golpe de 1964, a questão agrária era a mais urgente no Brasil. O movimento camponês sacudia o país proclamando por intermédio das Ligas Camponesas a exigência da “reforma agrária na lei ou na marra”, do fim da concentração de terras.
Em 28 de março de 1968, 56 anos atrás, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, de 18 anos, foi assassinado com um tiro à queima roupa no peito pela Polícia Militar (PM) no Restaurante Central dos Estudantes, o Calabouço, no centro do Rio de Janeiro.
De qualquer forma, é uma figura curiosa essa do “anatomista” brasileiro. Se quiser um dia achá-la, recomendo que tateie pelos pântanos, que geralmente é onde ficam instalados.
Mas já não se fazem, no Brasil, Sócrates ou Saldanhas. É difícil até mesmo achar um jogador de futebol no meio dos garotos propaganda, investidores e mercenários de roupa esportiva. Os clubes são sucursais de casas de aposta. E o futebol mudou, a grande custo. 
O ano de 2024 vem registrando os piores números em casos de infecção por dengue na história do país. Durante os primeiros dois meses do ano, foi registrado um aumento de 315% em infecções em relação a 2023. Em números absolutos, isso representa um aumento de 165.839 casos para 688.461, quase a metade dos casos totais do ano passado
O Supremo Tribunal reacionário de Bombaim absolveu G.N. Saibaba e outros cinco acusados de “conexões com o maoísmo” em um caso fabricado pelo velho Estado indiano para criminalizar os que lutam em defesa dos direitos do povo.
E não exatamente as enchentes, de fato, pois as águas, como os trilhos, são apolíticas por si só. A questão é quem elas atingem e castigam e o motivo de continuarem castigando.
No dia 26 de fevereiro, o presidente imperialista da França, Emmanuel Macron, disse que não descarta o envio de tropas para a Ucrânia. A declaração foi dada em um momento em que a guerra injusta de agressão de Putin contra a nação ucraniana completou dois anos.
Hoje em dia, já está perdida a tradição de abrir o jornal. “Que fazer? São os novos tempos”, penso. Mas escrevendo para um jornal, é meio derrotista a constatação. É de se duvidar, ainda, que as pessoas não querem ser informadas. As redes sociais bombardeiam informações, verdadeiras e falsas, e elas certamente são visitadas com frequência para esse fim.