PGR pede mais provas no caso das fraudes de cartões de vacina por Bolsonaro

Abundam provas, mas a prisão não virá enquanto Bolsonaro não estiver politicamente fragilizado o suficiente.

PGR pede mais provas no caso das fraudes de cartões de vacina por Bolsonaro

Abundam provas, mas a prisão não virá enquanto Bolsonaro não estiver politicamente fragilizado o suficiente.
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A Procuradoria-Geral da República pediu, no dia 23 de abril, mais provas na investigação da Polícia Federal sobre o esquema de fraudes em cartões de vacina envolvendo Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outros 15 acusados. A PF havia apresentado no mês passado o relatório final do caso, com indiciamento contra todos os 17 envolvidos por diferentes crimes, que iam desde associação criminosa até falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistemas de informação.

Agora, novas diligências devem ser feitas pela PF para suprir as lacunas na apuração. A PGR afirma que é necessário comprovar se os cartões falsificados foram usados para entrar ou sair do Estados Unidos quando Bolsonaro foi para o país em dezembro de 2022. A PF aguarda a chegada de informações solicitadas do USA para concluir esse ponto.

As informações são importantes porque existe a tese de ministros do STF de que Bolsonaro foi para o USA como uma fuga prévia aos acontecimentos que ocorreriam no Brasil nas semanas seguintes, particularmente no 8/1. As falsificações dos cartões de vacina, assim, poderiam ser incluídas nas acusações de tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente ultrarreacionário. 

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, é necessário também juntar aos autos os relatórios de todos os telefones apreendidos, o que não foi feito pela PF.

O advogado de defesa de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, comemorou a decisão. “A PGR atua de maneira correta ao solicitar novas informações no absurdo caso do cartão de vacinação do Presidente @jairbolsonaro”, disse ele, no X. “O mundo inteiro conhece a opinião do Presidente sobre o tema. Além disso ele JAMAIS necessitou de qualquer comprovação vacinal para entrar ou sair de qualquer país que visitou. A maluquice, a narrativa falsa não vencerá a VERDADE”, concluiu.

Apesar disso, não há indícios de que Bolsonaro se livrará das acusações. As novas diligências da PF e as investigações mais profundas nos celulares apreendidos podem ainda robustecer o caso contra o ex-presidente.  

Portanto, em nada se altera a delicada situação jurídica de Bolsonaro e outros envolvidos no golpismo dos últimos tempos, tanto militares como políticos. A questão que definirá a prisão destes golpistas, no entanto, não é jurídica: abundam provas, mas a prisão não virá enquanto Bolsonaro não estiver politicamente fragilizado o suficiente. Neste sentido, as articulações da extrema-direita mundial, com Musk à frente, ajudaram o capitão.

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