O presidente imperialista do USA, Joseph Biden, afirmou ao Congresso ianque no dia 4 de dezembro que o dinheiro utilizado para financiar a guerra na Ucrânia acabará nesse mês. Até o momento, o imperialismo ianque já autorizou o envio de 111 bilhões de dólares (equivalente a R$ 554 bilhões) para Zelensky. No entanto, 60% desse montante (67 bilhões de dólares, ou R$ 329 bilhões) não foi enviado e permanece no USA para fortalecer a indústria armamentista que teve uma alta por conta do escalar da guerra. A declaração da Casa Branca aponta para um esgotamento econômico decorrente da crise econômica profunda que se encontra o imperialismo ianque, como também a possibilidade de arrefecimento do conflito com o USA empurrando a Ucrânia à capitulação frente ao agressor.
A declaração do presidente imperialista tem um peso significativo. Há meses, parlamentares ianques exigiam o fim do envio de dinheiro para a Ucrânia, e defendiam que o valor fosse usado para resolver “problemas locais” como a crise migratória, mas a proposta era sempre negada pela Casa Branca e o Pentágono, que ainda desejavam prolongar mais a guerra para desgastar ao máximo as finanças, economias e potencial bélico do imperialismo russo.
Agora, a decisão anunciada por Biden pode ser vista como um aceno do imperialismo ianque para o desfecho da guerra. Se concretizado, o desfecho pode incluir ainda a capitulação total do presidente ucraniano Zelensky e a entrega de parte do território ucraniano para a Rússia, posição que já foi defendida pelo USA anteriormente. A própria Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) organização militar do imperialismo ianque na Europa, chegou a colocar a entrega de parte do território ucraniano como pré-requisito para o aceite da Ucrânia na organização militar.
O fim do financiamento também expressa a profunda crise econômica pela qual atravessa o imperialismo ianque. Com uma dívida interna de 30 trilhões de dólares (R$ 147 trilhões), equivalente a 111% do PIB norte-americano, o imperialismo ianque enfrenta desafios econômicos significativos na guerra de agressão russa à Ucrânia. Apesar de as guerras fornecerem aos países imperialistas condições propícias para o reativamento da economia (com emissões de título da dívida e aumento dos investimentos, para ficar em dois), o nível atual da dívida estadunidense (que já forçou mais de um renegociamento do teto da dívida e do orçamento ao longo desse ano) e o caráter específico da guerra da Ucrânia para os ianques, como uma guerra não planejada e que tem como razão principal a disputa interimperialista para conter o imperialismo russo, não apresentam vantagens significativas neste âmbito.
E a situação ficou ainda mais crítica nos últimos meses. Enquanto o imperialismo ianque podia esperar encerrar a Guerra da Ucrânia sem ter que lidar com o novo peso de uma guerra aberta não planejada, a Resistência Nacional Palestina forçou que os ianques a elevarem ainda mais seus gastos para a manutenção do Estado sionista de Israel. Atolado, o Estados Unidos se vê cada dia mais distante de avançar sem grandes obstáculos em seus planos estratégicos.
