GO: Flagrante em vídeo de confronto forjado expõe práticas da PM e grupos de extermínio

GO: Flagrante em vídeo de confronto forjado expõe práticas da PM e grupos de extermínio

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No dia 1 de abril, quatro policiais militares foram flagrados em vídeo forjando um confronto após executarem dois homens, em Goiânia. Um deles era um delator da PM que esteve envolvido em um esquema de extorsão mantido por outros policiais, em 2020. O vídeo foi disponibilizado pelo portal Metrópoles.

O vídeo mostra um dos homens, Junio José Aquino Leite, cujo celular foi o que registrou tudo, do lado de fora do carro, pedindo para o motorista, Marienes Pereira, abrir a porta e dizendo que está com os policiais. Assim que o motorista abre o carro, Junio José é alvejado por um primeiro disparo da PM. Em seguida, um policial se aproxima e, depois de mandar o motorista olhar para ele (para não haver indício de execução) e pôr as mãos na cabeça, dispara. O militar se afasta e volta retirando um revólver de uma sacola, enquanto outro policial atira mais uma vez para o chão, na direção do corpo de Junio.

Junio José era um delator da PM: fora preso em 2020 por envolvimento no homicídio de um casal de jovens em 2019 e delatou dois policiais militares por participarem no crime. O casal devia R$ 400 mil para ele e os policiais, que mantinham esquema de extorsão em que um dos jovens traficava e repassava os lucros aos PMs, segundo a mãe da jovem de 17 anos, assassinada em 2019.

Dois dos PMs flagrados nesta execução foram indiciados pelo homicídio de outro homem em Rio Verde (GO), em novembro de 2023, em mais um suposto confronto. Em março, também em Rio Verde, oito PMs mataram quatro jovens em um falso confronto e obrigaram o médico de uma unidade de saúde a atestar que os jovens chegaram vivos no hospital.

Em fevereiro de 2023, seis PMs foram presos preventivamente por sequestro, tortura e outros crimes, o menor deles então o de ter forjado uma ocorrência. A vítima que denunciou o grupo ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) relatou ter sofrido afogamento e outras formas de violência, em uma mata da região noroeste de Goiânia.

As investigações de grupos de extermínio da PM-GO envolvem o próprio governador Ronaldo Caiado (UB). Em 2021, Fábio Alves, ex-coordenador de campanha de Caiado, foi executado em Anápolis depois de enviar mensagens ao governador suplicando pela própria vida. No final de março, o MP-GO denunciou seis pessoas pelo crime, entre elas quatro policiais militares e Jorge Caiado, primo do governador. Uma testemunha, coronel da PM e ex-chefe da Casa Militar do Palácio das Esmeraldas, disse ter informado o governador depois que foi procurado pelo seu primo e pela primeira-dama, Gracinha Caiado, para discutir o assassinato de Fábio Alves, devido às suas denúncias sobre corrupção na campanha e no governo.

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