‘Hezbollah planejando atentado no Brasil’: uma mitomania reacionária

No que pode ser considerada uma das maiores fanfics já produzidas no monopólio de imprensa no País sobre “combate ao terrorismo”, o G1 afirmou ter obtido acesso ao depoimento dos dois homens do Hezbollah. O desespero do monopólio de imprensa sionista fica patente a cada dia.

‘Hezbollah planejando atentado no Brasil’: uma mitomania reacionária

No que pode ser considerada uma das maiores fanfics já produzidas no monopólio de imprensa no País sobre “combate ao terrorismo”, o G1 afirmou ter obtido acesso ao depoimento dos dois homens do Hezbollah. O desespero do monopólio de imprensa sionista fica patente a cada dia.
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No que pode ser considerada uma das maiores fanfics já publicizadas no monopólio de imprensa no País sobre “combate ao terrorismo”, o G1 afirmou ter obtido acesso ao depoimento dos dois homens presos numa operação conjunta da Polícia Federal com o Mossad (serviço de inteligência sionista) sob alegação de que os homens integram o grupo libanês Hezbollah, que, diga-se de passagem, não é considerado nem pelo Brasil (e nem por lei internacional alguma) um grupo terrorista. A operação foi deflagrada no dia 8 de novembro, com o objetivo de “interromper atos de terrorismo” no Brasil, sem apresentar quaisquer provas sobre quais “atos de terrorismo” seriam. Diante de uma série de possibilidades que se levantam, o certo é que a desmoralização do sionismo e do imperialismo ianque alcançaram novos patamares e nenhuma de suas tentativas torpes mudarão este fato. 

A notícia publicada pelo monopólio de imprensa G1 sob o título de “Alvo de operação contra terrorismo diz à PF que negou trabalho para ‘sequestrar e matar’ e que ganhou US$ 600 ao voltar para o Brasil”, poderia facilmente concorrer a um prêmio de melhor ficção sobre “atos de terrorismo” no Brasil. A falta de fatos concretos e, mais, plausíveis, chama a atenção até mesmo do leitor desatento.

A estória inicia afirmando que um dos brasileiros investigados teria relatado à Polícia Federal, em depoimento, que “recusou um trabalho que envolvia ‘matar e sequestrar’” e que, segundo o interrogado, “a proposta foi feita em Beirute, no Líbano, por um suposto chefe de uma organização terrorista”. Segundo as informações no G1, este homem viajou ao Líbano sem saber para qual “serviço estava sendo recrutado”. E o trabalho que ele cita, envolvia “matar e sequestrar”. Mas a quem? 

No subtítulo “Orientações e encontro com chefe”, a fantasia escala a um nível surpreendente. O homem preso, que não teve sua identidade revelada, afirmou que “no dia em que ia viajar ao Líbano, recebeu US$ 400 de um homem em São Paulo” e que “ao chegar em Beirute, foi instruído a pegar um táxi no aeroporto e ir direto a um hotel. Ele afirmou que as orientações eram enviadas por WhatsApp de um número de celular do Paraguai.”

Chegando lá, ele teria sido orientado de que teria um encontro com um chefe do Hezbollah. Detalhe: o chefe do Hezbollah se disporia a conversar com um homem, abordado aleatoriamente no aeroporto de São Paulo. Plausível? Enfim. Quando chegou ao local de encontro com o suposto chefe, “a conversa entre os dois contou com a presença de um tradutor, que ficou atrás de um biombo para não ser visto”. A preocupação maior era, então, que o tradutor não fosse visto. Mas e quanto ao chefe da organização? São “pontas soltas” de um romance de péssimo gosto.

No decorrer da viagem empolgante ao Líbano, o homem, se é que ele é real, afirmou que recusou a proposta. Então, o “chefe” do grupo “teria agradecido a sinceridade e que, por cinco horas, deu instruções ‘sobre a vida’. Ao ser dispensado, recebeu US$ 200.” (!!!)

Imagine ser abordado por um homem completamente estranho em um aeroporto e viajar para o Líbano, encontrar um chefe do Hezbollah, que lhe faz uma proposta para que sequestre e assassine uma série de pessoas e, ao ouvir sua recusa, fica muito grato pela sua honestidade, te presenteia com quase 3 mil reais (em dólares) e ainda lhe dá conselhos sobre a vida por 5 horas? E, somente após ter sido orientado a fazer um turismo pelo Líbano, com as despesas pagas, o homem relata que “foi avisado que poderia sofrer consequências muito graves ‘caso os traísse’.” 

E, para agravar, poderíamos nos questionar: se essa estória toda fosse verdadeira, presumimos que o sujeito não tenha aceito o trabalho. Mas, como a PF descobriu tudo isso? Ele contou, por que, já que ele teria sido ameaçado caso contasse, e nada o incriminava até então? E mais: se tudo isso fosse real, e ele tendo recusado, por que ele ainda estaria preso?

Não se sabe se a fábula surrealista foi produzida pela PF, pela mente de um mitomaníaco que resolveu brincar com investigadores federais, ou por uma crônica humorística de jornal publicada na coluna errada (quem não se lembra do “jornal Sensacionalista”?). Fato é que, concomitante a essa estória, cresce a criminalização esdrúxula da luta em apoio à causa Palestina e contra o sionismo no Brasil através da vinculação falsa e pré-fabricada de que criticar o sionismo é igual à “antissemitismo”. Suposto antissemitismo que, aliás, não inclui os povos árabes – que são semitas também. Trata-se de estratégia de mais de cinco décadas dos sionistas.

Verdade seja dita, tal como 2 mais 2 são 4 e a terra gira em torno do sol, o desespero do monopólio de imprensa sionista fica patente em todos os sentidos, principalmente por justificar, da maneira mais odiosa, o injustificável: a continuação do holocausto palestino. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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