Imperialismo russo atolado na Ucrânia

Imperialismo russo atolado na Ucrânia

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O imperialismo russo está em apuros na Ucrânia, após um ano da invasão – completado em 24 de fevereiro.  O cabecilha da burguesia monopolista russa, Vladimir Putin, viu seu exército estagnado e derrotado em várias regiões: nos arredores de Kiev (abril), na Ilha das Cobras, que dá acesso ao Mar Negro (junho), em Kharkiv (setembro) e em Kherson (novembro). A derrota dos invasores russos nesta última, que já havia sido anexada, foi uma derrota moral de grande impacto para Putin. Diante disso, o imperialismo russo voltou suas atenções a seu objetivo mínimo: tomar Donbass, onde, hoje, as tropas russas controlam apenas a parte a leste. 

O governo Volodymyr Zelensky segue na linha que tende à partilha da Ucrânia e à capitulação. Ele rasteja para que outras nações imperialistas entrem na guerra, e atribui ao imperialismo ianque o direito de negociar com os russos sobre os destinos do conflito. Apesar da desmoralização de seu governo, as massas populares ucranianas estão ativas na guerra de resistência, conformando milícias e incorporando nas Forças Armadas (FA) para a defesa da integridade territorial da pátria – ainda que as FA estejam sendo armadas e manipuladas pela OTAN. 

O imperialismo norte-americano e a OTAN estão adotando uma linha dupla para a questão da guerra na Ucrânia: primeiro, dão suporte, armas e recursos para o governo Zelensky para desgastar, o máximo possível, a Rússia, uma vez que interessa ao imperialismo ianque e à União Europeia (principalmente Alemanha) manter uma Ucrânia sob suas esferas de influência (e, entre eles, há disputas). Por outro lado, os norte-americanos também atuam para negociar, por cima da Ucrânia, com Putin, buscando evitar ao máximo que o conflito tome proporções e desborde a uma guerra mundial, já que não têm garantia de vencê-la enquanto não neutralizam a capacidade bélica-atômica que a Rússia possui através da instalação de escudos antimísseis o máximo próximo da fronteira.

Em dezembro, o cabecilha do imperialismo norte-americano, Biden, propôs uma agenda de negociações a Putin, que respondeu negativamente, insistindo que o ponto de negociação mínimo, para o imperialismo russo, é que sejam reconhecidos os territórios tomados, em Donbass, como parte da Rússia. 

O fim da guerra de agressão através de um acordo, no entanto, não é para o curto prazo. Em fevereiro, Putin discursou afirmando que os norte-americanos são culpados pela guerra e chantageou o mundo com o anúncio de suspensão do acordo sobre armas nucleares, buscando pressionar os ianques a reconhecerem as regiões anexadas.

No que depender dos interesses das superpotências e potências imperialistas, a tendência é que, diante da escalada do conflito e dos meios de guerra utilizados, seja inevitável um acordo, no qual ambos os imperialistas “cedem” partes do seu interesse para evitar uma confrontação direta interimperialista. Para tanto, o imperialismo ianque e a OTAN sacrificarão a integridade territorial e a soberania da Ucrânia, frente a qual Zelensky é um lacaio colaborador da repartilha do território ao atribuir ao imperialismo ianque a “defesa” da Ucrânia. 

Apenas as massas trabalhadoras e os patriotas ucranianos, mobilizados e com independência, sob direção de uma força radicalmente comprometida com a integridade nacional, podem inverter essa tendência persistindo na resistência até a expulsão completa do invasor e conjurando a interferência de outras potências ou da superpotência ianque.

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