Imperialista Elon Musk eleva o tom contra o STF, que se mostra incapaz de combater a extrema-direita

O que Elon Musk quer é garantir o funcionamento de sua rede social dentro de seus próprios moldes (e com ele, os lucros exorbitantes). Para atingir esse objetivo, o magnata tem buscado mobilizar a extrema-direita ao capitalizar em cima de uma suposta perseguição judicial e da falsa defesa da “liberdade de expressão”. 

Imperialista Elon Musk eleva o tom contra o STF, que se mostra incapaz de combater a extrema-direita

O que Elon Musk quer é garantir o funcionamento de sua rede social dentro de seus próprios moldes (e com ele, os lucros exorbitantes). Para atingir esse objetivo, o magnata tem buscado mobilizar a extrema-direita ao capitalizar em cima de uma suposta perseguição judicial e da falsa defesa da “liberdade de expressão”. 
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O magnata, negacionista e apoiador do genocídio palestino Elon Musk, está estudando os próximos passos de sua empresa “X” após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, incluí-lo como investigado no inquérito das “milícias digitais”. O ministro também estabeleceu uma multa diária de R$ 100 mil reais para cada perfil alvo pelo STF de medidas judiciais nos últimos meses que forem desbloqueados pela rede social.

A briga começou após a publicação de comentários de Musk contra o ministro em torno do tema dos bloqueios judiciais contra postagens e personalidades na rede social X. Neles, Musk atacou o STF e buscou se pintar como vítima de perseguição judicial, ao mesmo tempo que se alçava como pretenso “defensor das liberdades democráticas”. No dia 06/04, Musk anunciou que liberaria as contas na rede social que haviam sido bloqueadas por decisões judiciais. Ao longo do final de semana, o magnata imperialista afirmou que as decisões de Moraes “violam a legislação brasileira”, e que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment.

É uma briga que ocorre na esteira das acusações feitas pelo jornalista ianque Michael Shellenberger. Com discurso típico de um falastrão que quer se alçar politicamente através das pautas de extrema-direita – tal qual Musk –, Shellenberger divulgou no início do mês uma série de mensagens trocadas entre funcionários do antigo Twitter nos anos de 2020 e 2022 em que eles reclamam das decisões do judiciário brasileiro. O caso ficou conhecido como Twitter Files Brazil

É claro que as ações de Musk não podem pôr água senão no moinho das articulações globais da extrema-direita, negacionista e terra-planista. O que Elon Musk quer é garantir o funcionamento de sua rede social dentro de seus próprios moldes (e com ele, os lucros exorbitantes). Para atingir esse objetivo, o magnata tem buscado mobilizar a extrema-direita ao capitalizar em cima de uma suposta perseguição judicial e da falsa defesa da “liberdade de expressão”. 

E ele tem conseguido. No dia 07/04, já em meio da polêmica entre Musk e Moraes, Bolsonaro comentou em uma live que a “democracia brasileira ganhou defensores de peso no exterior”, e completou que “a democracia no país corre sério risco, sobretudo a nossa liberdade de expressão, com censura, prisões e outros absurdos. É preciso lutar pela volta da normalidade democrática”, disse Bolsonaro, complementando que “o ‘X’ está exibindo as entranhas do poder [no Brasil] depois que o Musk o comprou”. Esperançoso da promessa de Musk, Allan dos Santos, que está foragido no Estados Unidos, fez uma live comentando o tema – ato que deve ser seguido por outras figuras da extrema-direita com contas bloqueadas.

Por outro lado, o STF busca concentrar ao máximo em si as atenções através de mais esse pretenso “combate” à extrema-direita – além de inútil no enfrentamento do golpismo interno, chega a ser patético ver que a mais alta corte do País acabou sendo utilizada como trampolim de marketing de um sujeito como Musk. Atualmente, o STF tem nas mãos o inquérito das “milícias digitais”, os julgamentos do 8/1 e a participação destacada em decisões da Operação TempusVeritatis. Em outros momentos, esta tribuna já afirmou que a ofensiva da corte ocorre por interesses próprios, como uma resposta à articulação golpista de extrema-direita com alguns generais da ativa e da reserva que não contou com a corte em seu plano, cujo conteúdo era anti-STF.

É preciso ficar atento quanto aos interesses da corte em torno destas questões, sobretudo para não deixar na mão dos magistrados reacionários que também atentam contra as liberdades democráticas e os direitos do povo, seja através do silêncio frente a criminalização das manifestações populares, seja colocando fim à uma aposentadoria digna – para ficar em um dos casos mais recentes.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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