LCP: ‘Liberdade para Zé Rainha, dirigentes e militantes de FNL e todos os presos políticos da sagrada luta pela terra!’

LCP: ‘Liberdade para Zé Rainha, dirigentes e militantes de FNL e todos os presos políticos da sagrada luta pela terra!’

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A Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres (LCP) emitiu, através do portal da Liga Operária, a nota Liberdade para Zé Rainha, dirigentes e militantes de FNL e todos os presos políticos da sagrada luta pela terra!, escrita por ocasião da prisão política dos dirigentes da Frente Nacional de Luta – Campo e Cidade (FNL) José Rainha, Luciano de Lima e Cláudio Ribeiro pela Polícia Civil (PC) de São Paulo no início do mês de março. Além de denunciar as prisões dos dirigentes camponeses da FNL, a nota denuncia a prisão política do militante da LCP Luzivaldo de Souza Araújo, Coordenador da Área São José da Boa Vista, em Campina Verde (MG), organizada pela LCP, ocorrida em 2019. A nota na íntegra pode ser lida no portal da Liga Operária

Segundo a LCP, a prisão das lideranças “é mais uma sórdida tentativa de criminalizar e paralisar a luta pela terra, bem como de desmoralizar seus dirigentes”. O movimento camponês aponta como razão das prisões arbitrárias a vigorosa mobilização que as precedeu. No mês de fevereiro, mais de 1,4 mil famílias camponesas (cerca de 5.600 camponeses) ocuparam dezenas de latifúndios em Alagoas, São Paulo (na região do Pontal do Paranapanema), no Mato Grosso do Sul e no Paraná, no chamado “Carnaval vermelho” da FNL.

Relembrando os atentados cometidos contra camponeses, povos indígenas e quilombolas no Maranhão, no sul da Bahia, no Pontal do Paranapanema (SP), em Naviraí (MS), no norte e centro de Rondônia, e também no Mato Grosso, a LCP aponta que esses e outros ataques foram perpetrados por “hordas da extrema direita reacionária e criminosa, principalmente as latifundiárias cevadas durante anos a fio pelo monopólio da imprensa e mais recentemente insufladas e armadas pelo demente e ladrão de joias Bolsonaro, o fraco”. De acordo com o movimento, estas milícias estão, desde o começo do ano “armadas até os dentes, com o mesmo modus operandi dos bloqueios de rodovias no ano passado após as eleições e, desde elas reforçado com acampamentos na frente dos quartéis do exército clamando por intervenção militar, ação estimulada por altas patentes da ativa e reformados, e no dia 8 de janeiro em Brasília (ressalte-se que sempre acobertadas pelo aparato repressivo do Estado e vergonhosamente remuneradas)”.

O movimento também denuncia a chacina ocorrida em Rondônia, nas proximidades da área Tiago Campin dos Santos, no dia 28/01. Na ocasião, os camponeses Rodrigo Hawerroth, “Esticado”, e Raniel Barbosa Laurindo, “Mandruvá”, foram rendidos por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e na sequência, sem nenhuma chance de defesa, foram torturados e executados. A chacina ocorreu quando os camponeses tomavam a última parte do latifúndio Norbrasil, terra pública grilada pelo “maior grileiro e ladrão de terras do Brasil, Antônio Martins dos Santos, vulgo ‘Galo Velho’, foragido da justiça desde novembro do ano passado. Ministério Público Federal (MPF) denunciou que o ‘Galo Velho’ montou uma quadrilha que movimentou 400 milhões de reais com compra de juízes, agentes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e policiais militares e civis para oprimir os camponeses que vivem desde 2018 na área.

A LCP também denuncia a prisão política de Luzivaldo de Souza Araújo, coordenador da Área São José da Boa Vista, em Campina Verde (MG), organizada pela LCP. O dirigente se encontra preso desde 2019, acusado de um homicídio, que quando de seu ocorrido, estava a dezenas de quilômetros do local e com testemunhas, afirma a LCP. Segundo o movimento, assim como os dirigentes da FNL, “o companheiro Luzivaldo está mantido preso ilegalmente por perseguição política da justiça pela única razão de sua luta.”.

Ao concluir a nota, a LCP afirma que a “Revolução Agrária é hoje uma necessidade premente de todo o povo brasileiro contra a crise geral, econômica, social, política e moral de um sistema putrefato adornado com o véu de ‘democracia’, no qual entra governo e sai governo, e só se aprofunda, jogando milhões e milhões de brasileiros à miséria e à fome.”. O movimento conclama “que todos os verdadeiros democratas se levantem pela imediata libertação dos companheiros José Rainha, Luciano Lima e Cláudio Ribeiro, da FNL; pela liberdade para o companheiro Luzivaldo. Pelo fim de todos os processos farsescos contra advogados e ativistas camponeses, indígenas e quilombolas. Pela prisão e desmonte das quadrilhas latifundiárias. Pela defenestração de gerentes de Estado e suas forças policiais que agem à margem da lei para torturar, matar, expulsar de suas terras e prender camponeses e dirigentes de seus movimentos”.

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