Lula defende armamento de latifundiários e fala em ‘vender o Brasil’ para imprensa dos antigos donos da JBS

Lula defende armamento de latifundiários e fala em ‘vender o Brasil’ para imprensa dos antigos donos da JBS

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Em entrevista ao Canal Rural, o candidato à presidência Luiz Inácio da Silva afirmou que “ninguém vai impedir que o dono de fazenda tenha uma ou duas armas”. Além disso, o candidato petista também defendeu que o próximo governo tem que “vender o Brasil para o mundo”.

O Canal Rural tem como presidente Julio Cargnino e pertence ao grupo J&F Participações, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, antigos diretores da JBS e investigados nas operações Greenfield, Sépsis, Cui Bono, Carne Fraca e Bullish da Polícia Federal.

ARMAMENTO PARA LATIFUNDIÁRIOS: GUERRA NO CAMPO

A declaração de Lula em que defende que latifundiários continuem a ter acesso a armas se dá precisamente em um contexto de guerra deflagrada contra camponeses pobres, sem terra ou com pouca terra. A ofensiva latifundista foi responsável por um aumento do número de conflitos no campo de mais de 1.000% no ano de 2021 em relação ao ano anterior. Pesquisa da Comissão Pastoral da Terra (CPT) demonstra que entre janeiro e novembro de 2021 foram registrados 26 assassinatos durante conflitos agrários, aumento de 30% em relação ao número de mortes do ano anterior.

Luiz Inácio, que sabe bem desta realidade do campo, utilizou a entrevista para dar um passo atrás em relação à antigos pronunciamentos em que afirmava que uma parte dos latifundiários era “fascista”. Acenando aos latifundiários, comprometeu-se em não mexer neste grave quadro para o povo pobre do campo.

ENTREGAR O BRASIL

Tratando da relação comercial entre Brasil e países estrangeiros, Lula afirmou: “o Brasil vai vender tudo o que produzir aqui dentro no exterior”. Orgulhoso de ter levado o “agronegócio” para a China, a afirmação de Lula se dá no contexto em que o país tornou-se o maior exportador de carne bovina do mundo e um dos maiores exportadores de grãos. Ao mesmo tempo, o país voltou para o mapa da fome, com mais de 33 milhões de brasileiros passam fome.

Na mesma entrevista, Lula tratou da necessidade de explorar a bio-diverisdade da Amazônia e da mudança do caráter do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), se referindo ao abandono das ocupações como tática para a conquista da terra.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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