SC: Moradores do Morro da Caixa protestam após criança autista ser agredida por policiais

SC: Moradores do Morro da Caixa protestam após criança autista ser agredida por policiais

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Nos dias 18 e 19 de maio, os moradores do Morro da Caixa protestaram após um caso de violência policial contra uma criança autista. Segundo os manifestantes, a violência policial na favela é recorrente e o novo episódio foi o estopim para protestos populares contra a situação.

No dia 18/05, o protesto aconteceu na Avenida Ivo Silveira e, aos gritos de “Justiça!” e com cartazes exigindo respeito e acusando a polícia de covardia, os presentes, familiares da vítima e moradores, interromperam o trânsito local. Segundo relatos, a mobilização foi reprimida com gás de pimenta e com a presença de policiais fortemente armados, como demonstram vídeos postados em redes sociais. Os manifestantes protestaram novamente na sexta-feira, 19, com as mesmas exigências e denunciando a repressão do dia anterior.

Foto: Banco de Dados AND

A agressão ocorreu no dia 17/05 durante uma abordagem de uma guarnição do 22o batalhão na comunidade. Em entrevista ao AND, os pais do garoto, Isabel e Vilmar, relataram com maiores detalhes o ocorrido:

— “A gente deu R$ 10 pro nosso filho ir na venda comprar pão. Como ele tem medo de polícia, ele viu [a viatura] e saiu correndo diretamente pra venda. E, nesse momento, a polícia chegou lá e abordou ele como se fosse um adulto, pegou ele pelo queixo, colocou na parede, revistou ele como se fosse um adulto, perguntando “cadê a bucha?”. Bucha é droga. A gente não mexe com esse tipo de coisa, a gente é trabalhador”, explica o pai.

Ele acrescente que a abordagem foi extremamente violenta, com agressões verbais e físicas, incluindo xingamentos em torno de sua condição neurodivergente. O pai, ao ver o estado de choque em que o filho chegou em casa, se dirigiu aos policiais para entender o que teria acontecido e também foi hostilizado.

A mãe e a irmã mais velha acrescentam que uma invasão recente da PM à casa da família, antes da agressão, agravou o quadro de medo da criança dos militares. Essa ação não se tratou de um caso isolado, sendo um hábito comum de policiais invadir as residências da comunidade, conforme relatos dos moradores ao AND.

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