Ucrânia: Guerra imperialista ‘volta para o território russo’

Ucrânia: Guerra imperialista ‘volta para o território russo’

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No dia 30 de julho, três drones foram atirados na capital da Rússia, Moscou, segundo o Ministério da Defesa russo. Os ataques foram interceptados por tiros e equipamentos eletrônicos, mas não deixaram de alvejar prédios da capital. Um dos veículos chegou a arrancar parte da fachada de um edifício em um distrito empresarial russo, localizado a 5,5 km do Kremlin. 

Os ataques ocorrem dentro do contexto da contraofensiva ucraniana sobre a Rússia, iniciada em junho, e configuram o quarto ataque a drone na capital russa esse mês. Os ataques demonstram a debilidade do país agressor na guerra, que tem acumulado cada vez mais derrotas no campo de batalha. 

Em junho, uma contraofensiva da Ucrânia liberou diversos vilarejos da presença invasora, sobretudo em Donetsk e Zaporizhzhia. No dia 17/07, a Ucrânia reivindicou responsabilidade sobre um ataque em uma importante ponte na Crimeia. Já no dia 24 do mesmo mês, o país declarou autoria sobre ataques a drones em Moscou pela primeira vez desde o início da invasão russa à Ucrânia. 

Os próprios ataques a drones na capital Moscou também são uma crescente no período de avanço da Ucrânia. Ao menos 120 ataques a drones ou indícios de ataques foram registrados em território russo ou território ucraniano controlado pela Rússia em 2023, mas a maioria deles se concentrou nas regiões fronteiriças de Bryansk ou Belgorod. O cenário começou a mudar em maio, quando a primeira onda de ataques atingiu Moscou no dia 30/05, mesmo mês em que um drone foi interceptado momentos antes de acertar o Kremlin. 

Ianques não querem a expulsão do invasor russo

O imperialismo norte-americano reprovou os ataques realizados desde a Ucrânia em território russo. “De forma geral, nós não apoiamos ataques dentro da Rússia”, afirmou Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca. Karine dá um sinal claro de que os ianques temem o crescimento das ações bélicas da Ucrânia, pois aos imperialistas ianques não é interessante que a Rússia seja expulsa completamente do território ucraniano, por receio de que a burguesia imperialista russa (encabeçada por Putin), em desespero, faça uso de “armas nucleares táticas” e precipite uma terceira guerra mundial imperialista (para a qual nem os ianques e nem os imperialistas russos estão preparados).

Por sua vez, o presidente capitulador da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, segue crendo que para vencer a Rússia é preciso apoiar-se nos ianques e nas demais potências imperialistas da Europeia, submetendo assim os interesses da Nação ucraniana aos objetivos dos próprios imperialistas. Em vez da mobilização massiva das massas e partisans (guerrilhas de massas), o líder da capitulação direciona seus esforços às conquistas de mais tanques e armamentos norte-americanos e europeus, todos com chegada propositalmente atrasada e ineficazes aos objetivos centrais da Resistência. Em sua contraofensiva, Zelensky se vê incapaz de atravessar os campos minados montados pela Rússia, uma vez que os tanques enviados pelos imperialistas não são resistentes aos armamentos montados.

Todas as movimentações diplomáticas e atuação militar do imperialismo ianque e demais potências da OTAN indicam, claramente, sua estratégia para o conflito na Ucrânia: fornecer armas para Zelensky prolongar ao máximo a guerra, com o objetivo de desgastar a economia, as finanças e a máquina bélica do imperialismo russo, mantendo no território um governo lacaio pró-OTAN; por outro lado, sabotar de todas as formas o crescimento da Resistência Nacional ucraniana e se opor a todas as ações da Ucrânia que visem expulsar o invasor russo completamente, pois os ianques e a OTAN pretendem, após desgastar ao máximo a Rússia, negociar com ela uma “paz” em que cederão, como prêmio de consolação, uma parte do Leste ucraniano aos russos, ou criarão ali uma ampla zona desmilitarizada.

Enquanto a Ucrânia está sendo retalhada pelos conchavos imperialistas, Zelensky é um lacaio que prefere os dólares norte-americanos do que mobilizar audazmente as massas populares ucranianas para frustrar os planos das várias potências imperialistas. Ao contrário, se restringiu à afirmação de que “gradualmente, a guerra está chegando ao território russo”.

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