Ato de Bolsonaro e Malafaia: é preciso combater o mal na raiz

Ato bolsonarista em Copacabana: A verdade é que é necessário combater na raiz esse agitador de galinhas-verdes. Não há nenhuma justificativa para não fazê-lo.

Ato de Bolsonaro e Malafaia: é preciso combater o mal na raiz

Ato bolsonarista em Copacabana: A verdade é que é necessário combater na raiz esse agitador de galinhas-verdes. Não há nenhuma justificativa para não fazê-lo.
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A manifestação bolsonarista em Copacabana, no dia 21 de abril, foi sensivelmente menor do que as demais que o genocida organizou. Mobilizou cerca de 32 mil pessoas, segundo um grupo de pesquisa da USP, e entre 40 a 45 mil, segundo o Poder360. Porém, ver somente as aparências é um erro que, em determinados contextos, pode custar caro.

Primeiro, vamos ver como que a extrema-direita trata o dia da Inconfidência Mineira – marco da luta em defesa da Independência Nacional – como uma excelente oportunidade de lamber botas dos responsáveis pela sangria das riquezas nacionais atualmente.

Como um bom lacaio, Bolsonaro se escorou em Elon Musk, que nas últimas semanas criticou abertamente o ministro do STF. Ignorando a trajetória do bilionário sul-africano de filhote do regime do apartheid e herdeiro de uma riqueza originada da exploração de trabalho escravo de crianças africanas, os bolsonaristas vibram com o contributo de Musk para a nobre causa da liberdade que pode ser resumida em: denunciar um ministro da Corte Suprema. Na visão de Bolsonaro, os brasileiros precisam, antes de agir para solucionar os problemas que assolam o povo, demonstrar para o mundo – leia-se, para Donald Trump e a extrema-direita mundial – que a “democracia brasileira está ameaçada” para, aí sim, ganharem um aval para um golpe militar.

Também foi visto, novamente, a utilização do método de dar ao protonazista Malafaia a oportunidade de fazer a fala mais ofensiva. À Jair Bolsonaro, o Fraco, restou insistir na retórica vitimista, de que é um injustiçado, perseguido político pelo “sistema” – representado por Alexandre de Moraes. Bolsonaro é investigado pelo STF por atuar por um golpe militar ao lado de generais e políticos ultrarreacionários e atua para criar um fato político. Tudo com base em seu cálculo que será alvo de um mandado de prisão antes das próximas eleições.

Em aceno aos falsos patriotas da extrema-direita presos em 8 de janeiro, Bolsonaro também defendeu uma anistia – esta que é uma reedição da “anistia ampla” sancionada pelo general Figueiredo em 1979, só que mais escrachada. Aquela perdoou os torturadores do regime militar fascista, igualando-os à mesma condição de democratas e revolucionários que combateram contra a ditadura, tendo, para as classes dominantes, o bônus de inaugurar um pacto de classes que foi fruto de mais uma intervenção militar (o ministro da Guerra Leônidas Gonçalves foi responsável por pressionar os constituintes a colocar na Constituição o artigo 142 da forma que está, dando às Forças o dever e a possibilidade constitucional de tutela interna e intervenção). Já a anistia dos nossos tempos seria tão-somente combustível para as forças populares e progressistas desmascararem o regime político abalado apontando contra o intervencionismo de sempre das Forças Armadas. Enquanto liderança dessa extrema-direita defensora dos torturadores do regime militar fascista de 64 e desejosas de um golpe militar hoje, Bolsonaro está vivo.

Apostando que pode escapar da prisão, Jair Bolsonaro está realmente interessado em manter e ampliar seu capital político. De olho nas eleições de 2024, lançou Alexandre Ramagem como seu candidato ao cargo de prefeito do RJ. Do ponto de vista eleitoral, muitos navegadores de ilusões, oportunistas calejados e aprendizes de nazistas (como é o caso de Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer, este último que nem sequer se envergonhou de fazer uma fala em inglês, que é para o Sr. Musk entender melhor), Bolsonaro ainda têm muito a oferecer: ele anunciou que vai realizar um novo ato em Belo Horizonte.

Do ponto de vista dos setores das classes dominantes anti-bolsonaro, a manifestação foi diminuída em seu verdadeiro significado político. Ministros de Luiz Inácio avaliaram que, uma vez que o ato foi menor que o ato da Avenida Paulista, ele foi principalmente negativo. Se assim fosse, Bolsonaro não teria convocado nova manifestação, fechando os três maiores colégios eleitorais do País. E alguém duvida que seu apoio pode crescer, ainda mais se o governo Luiz Inácio manter a postura hostil às greves e seguir atendendo o Centrão faminto por “emendas parlamentares” – falando fino com Lira e grosso com os trabalhadores em luta? Em tal cenário, não será surpresa que as eleições municipais de 2024 sejam absolutamente trágicas para o oportunismo eleitoreiro.

A verdade é que é necessário combater na raiz esse agitador de galinhas-verdes. Não há nenhuma justificativa para não fazê-lo que não seja um rotundo erro político.

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