Comitiva bolsonarista liderada por Eduardo Bolsonaro pediu para parlamentares ianques intervirem no Brasil

Os pedidos ocorreram durante uma viagem de uma semana ao USA no início de março. Nela, Bolsonaro e a comitiva reuniram-se com parlamentares ianques e com o ex-presidente do USA, Donald Trump. 

Comitiva bolsonarista liderada por Eduardo Bolsonaro pediu para parlamentares ianques intervirem no Brasil

Os pedidos ocorreram durante uma viagem de uma semana ao USA no início de março. Nela, Bolsonaro e a comitiva reuniram-se com parlamentares ianques e com o ex-presidente do USA, Donald Trump. 
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Informações reveladas pela Agência Pública no dia 12 de abril revelaram que uma comitiva bolsonarista liderada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em uma viagem ao USA pediu para parlamentares ianques intervirem com sanções e leis contra o Brasil para frear a suposta (inexistente) “ditadura de esquerda” no País. Os pedidos ocorreram durante uma viagem de uma semana ao Estados Unidos (USA) no início de março. Nela, Eduardo Bolsonaro e a comitiva reuniram-se com parlamentares ianques e com o ex-presidente do USA, Donald Trump. 

Durante a viagem, os lesa-pátrias chegaram a pedir que os parlamentares ianques movessem projetos de lei para punir o Brasil e impusessem sanções contra o País. Viajaram junto de Eduardo Bolsonaro os deputados “brasileiros” Gustavo Gayer (PL-GO), Marcel van Hattem (Novo-RS), Bia Kicis (PL-DF), Zé Trovão (PL-SC), Amália Barros (PL-MT), Mário Frias (PL-SP), André Fernandes (PL-CE), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Messias Donato (Republicanos-ES), Coronel Ulysses (União-AC), Delegado Caveira (PL-PA), José Medeiros (PL-MT) e Marcelo Moraes (PL-RS)

De primeira, a ideia era participar de uma audiência na Comissão Tom Lantos de Direitos Humanos da Câmara de Representantes ianque, mas a participação acabou vetada pelo parlamentar James P. McGovern, que cancelou o evento. 

Na mudança de planos, os parlamentares fizeram uma coletiva de imprensa em frente ao Capitólio, junto do reacionário Chris Smith, parlamentar e segundo copresidente da Comissão Tom Lantos. No evento, Smith afirmou que “desde o final de 2022, os brasileiros têm sido sujeitos a violações de direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras em grande escala”, e anunciou que “muito em breve” apresentaria um projeto de lei chamado “Lei Brasileira de Democracia, Liberdade e Direitos Humanos”. 

E depois da conferência de imprensa, os vira-latas chefiados por Bolsonaro participaram de eventos ainda em audiências sobre o Brasil das Comissões de Relações Exteriores e do Comitê de Apropriações. No dia 13 de março, um dia depois da coletiva, Eduardo Bolsonaro e o deputado Mário Frias se reuniram com Donald Trump em um jantar na Florida. Eduardo aproveitou o momento para fazer uma videochamada entre seu pai e o ex-presidente ultrarreacionário ianque. 

Os deputados bolsonaristas também distribuíram uma petição chamada The truth about the democracy in Brazil (A verdade sobre a democracia no Brasil). De autoria de Gustavo Gayer, o texto foi divulgado para diferentes deputados ianques e afirma, segundo a Agência Pública, que o TSE está “processando e culpando oponentes do atual presidente da República sem a menor base probatória, tudo com a única intenção de aniquilar a oposição ao atual governo”.

A visita faz parte da ampla articulação da extrema-direita a nível internacional, que conecta os bolsonaristas com figuras ultrarreacionárias como o magnata imperialista Elon Musk, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e o argentino Javier Milei. Essa semana, a crise entre Musk e o STF expôs a sintonia entre o discurso do magnata e da família Bolsonaro, no Brasil. O empresário e Jair Bolsonaro já tinham relações pessoais há anos. Hoje, Milei, que tem apoiado amplamente Bolsonaro, entrou na briga com o STF e afirmou que Musk pode contar com ele para apoio no imbróglio com a corte. 

É um exemplo claro também do tão famigerado “patriotismo” e da “coragem” dos bolsonaristas. Assim é a lógica dos capachos: para tentar livre o chefete da situação jurídica que ele enfrenta (que não tem nada de “ditadura de esquerda”, e é na verdade uma disputa reacionária entre os grupos de poder das classes dominantes brasileiras), esses “defensores da Pátria” correm logo para os mestres ianques em busca de socorro, chegando ao cúmulo de sugerirem leis intervencionistas e até sanções econômicas contra o País. Quanto nacionalismo!  

E, é claro, nessa busca por intervenção, os vira-latas logo acham alguém para pôr a coleira. Toda a viagem foi expressão do vespeiro intervencionistas que é o Estado ianque. Além dos parlamentares que reuniram-se com os bolsonaristas, uma série de think thanks reacionárias do USA recebeu os bolsonaristas para dar cabo à campanha de agitação reacionária. Alguns deles foram os Cato Institute, a Heritage Foundation, a Cedars House. o The Conservative Caucus e a Alliance Defending Freedom.

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