Dólar sobe em meio a tensões no Oriente Médio e ajuste fiscal no Brasil

A economia global está em crises sucessivas e crescentes há anos, e as tensões em andamento em todo o planeta, seja na forma de guerra aberta ou não, fazem elevar as instabilidades na cadeia do sistema imperialista mundial.

Dólar sobe em meio a tensões no Oriente Médio e ajuste fiscal no Brasil

A economia global está em crises sucessivas e crescentes há anos, e as tensões em andamento em todo o planeta, seja na forma de guerra aberta ou não, fazem elevar as instabilidades na cadeia do sistema imperialista mundial.
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O dólar fechou em R$ 5,27 no dia 16 de abril em meio às repercussões das tensões no Oriente Médio. A alta  foi de 1,64%, e a moeda chegou a bater o valor de R$ 5,28 durante a tarde. No Brasil, acionistas imperialistas atrelaram a alta ao ajuste fiscal realizado pelo governo, que reduziu a meta fiscal de um superávit de 0,25% para o “déficit zero”. A ideia é pressionar o governo, principalmente figuras como Fernando Haddad, a manter a meta de superávit, impulsionando mais cortes de gastos para favorecer o “mercado”.

A escalada das tensões no Oriente Médio, sobretudo após a retaliação iraniana contra Israel neste final de semana, certamente contribuiu para a alta do dólar. A economia global está em crises sucessivas e crescentes há anos, e as tensões em andamento em todo o planeta, seja na forma de guerra aberta ou não, fazem elevar as instabilidades na cadeia do sistema imperialista mundial. No dia 12 de abril, mesmo antes do ataque iraniano, os barris de petróleo tiveram a maior alta desde outubro depois do anúncio do Estados Unidos (USA) de que havia enviado reforços ao Oriente Médio. 

Há outros elementos de incerteza na economia imperialista que apontam para a instabilidade generalizada, sintomas da crise sem precedentes do imperialismo. O banco ianque Fed anunciou que não há previsão para a baixa de juros no USA: “Queremos ter confiança de que a inflação está caindo de forma sustentável para a meta, mas os dados recentes não trouxeram a confiança para iniciar o afrouxamento monetário”, declarou o representante da instituição, em referência à inflação de 0,4% em março no USA, inesperada e acima do previsto.

Já no Brasil, as polêmicas têm se centrado em torno do novo ajuste fiscal. Aqui, os acionistas imperialistas e seus representantes nas empresas de investimentos e monopólios de comunicação tentam pressionar os seus agentes diretos no governo a novos cortes para atender as exigências do arcabouço fiscal. 

“Ninguém discute que o ideal seria não mexer nas metas. É preciso antes de tudo ter compromisso com responsabilidade fiscal”, disse a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, antes de adicionar que “o grande núcleo do arcabouço continua, e não vamos mudar: a despesa vai crescer até 70% do aumento da receita e a segunda trava é de no máximo 2,5% ao ano”.

A ideia é dar tudo pelo cumprimento do novo teto de gastos, o que demanda cortes, de preferência (para os imperialistas e reacionários), nas chamadas áreas sociais. Os sanguessugas imperialistas pressionam justamente para isso, e contam com auxílio das suas marionetes no governo para atingir os objetivos: na última semana, foi anunciado que o governo já cortou, ao longo do ano, da Saúde, Educação e da Ciência para ficar dentro da tão perseguida meta. 

A própria manutenção do teto de gastos, na forma de arcabouço fiscal, também foi um sinal claro de que o governo seguiria comprometido com os interesses do imperialismo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem despontado como ponta-de-lança desse atendimento, mas sabe que conta com o apoio do mandatário, Luiz Inácio, que chegou a rasgar a seda de que Haddad será o “melhor ministro da Economia” que o país já teve.

Tudo isso só é possível também pela manutenção de um modelo econômico brasileiro subjugado e completamente atrelado ao sistema imperialista mundial, e não de fato nacional e autocentrado, problema que atravessa todas as esferas da economia brasileira e que nunca foi arranhado por nenhum governo que passou por esse velho Estado. Na verdade, é um problema impossível de ser resolvido enquanto se mantiver o atual Estado, instrumento do imperialismo e das classes dominantes nativas a ele subservientes.

Essa subserviência continua no Banco Central, onde é provável que a marionete do imperialismo chamada Roberto Campos Netto eleve novamente a taxa de juros para o benefício dos acionistas que lucram horrores com os títulos da dívida pública, verdadeira agiotagem internacional. Ao menos essa é a previsão dos “especialistas” consultados pelo monopólio de imprensa.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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