Guerreira Damiana: Presente na luta!

Faleceu, no último dia 7/11, a lutadora do povo Guarani-Kaiowá Damiana Cavanha, grande exemplo a lutadores e lutadores do povo por sua persistência e combatividade.

Guerreira Damiana: Presente na luta!

Faleceu, no último dia 7/11, a lutadora do povo Guarani-Kaiowá Damiana Cavanha, grande exemplo a lutadores e lutadores do povo por sua persistência e combatividade.
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Com profundo pesar lamentamos o falecimento de Damiana Cavanha, guerreira do povo Guarani-Kaiowá, liderança do tekoha Apyka’i e grande exemplo a todos os lutadores e lutadoras por sua persistência inquebrantável e combatividade inabalável. Dona Damiana, como era conhecida, veio a óbito no dia 7 de novembro aos 86 anos por motivos ainda não esclarecidos.

Damiana viveu até seu último dia lutando pela demarcação de suas terras, às margens da BR-463. Nascida em 1939, assumiu do pai a tarefa de lutar pela retomada de seu tekoha, quando expulsos por latifundiários e seus grupos de pistolagem. Liderou Apyka’i desde 1990, vivendo com sua parentela em meio as monoculturas e agrotóxicos. Em julho de 2016, quase 100 policiais da PF, PM e PRF, somados a grupos paramilitares locais, se mobilizaram para despejar as poucas famílias que moravam na retomada. Após esta nova expulsão, Damiana prosseguiu firme nas margens do tekoha, buscando reorganizar e retomada e demarcando que ali lutaria até o fim – e assim o fez!

Ao longo destes anos, Damiana perdeu diversos familiares vítimas de atropelamento, envenenamento ou assassinados “misteriosamente”. Longe disso abalar Damiana, apenas fortalecia seu espírito guerreiro de lutar ainda mais decididamente por seu território tradicional. Sobreposta as terras de Apyka’i estão fazendas arrendadas para a Usina São Fernando, que durante muito tempo foi gerida por José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Luiz Inácio. A Usina, que recebeu volumosos recursos públicos nos governos petistas, faliu e hoje está em disputa judicial, com perdão de grande parte da dívida. Esta é a face que o velho Estado brasileiro apresenta para os povos indígenas: para alguns, muito dinheiro e perdão de dívida; para outros, toda sorte de ataques e assassinatos.

A morte de Dona Damiana, porém, não vai paralisar a luta dos Guarani-Kaiowá pela retomada de seus territórios. Ao contrário, apenas a enriquece com seu exemplo. Acreditamos que somente avançando a Revolução Agrária e a Autodemarcação, tomando todas terras do latifúndio, poderá os povos indígenas ter respeitado seu direito inalienável ao seu território e sua autodeterminação. Quando isso ocorrer, Damiana, seu nome estará no panteão de heróis de seu povo, honrado como deve ser!

Guerreira Damiana: Presente na luta!

Avançar as retomadas: Destruir o Latifúndio!

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