No dia 13 de abril, o Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra alvos militares sionistas, iniciando a operação “Verdadeira Promessa”. Ela ocorre em resposta ao assassinato de dois generais das Guardas Revolucionárias Iranianas por ações do Exército Sionista de Israel no dia 01/04. A operação, que deixou 31 feridos e danificou pelo menos uma base aérea sionista, foi encerrada nas horas seguintes com uma declaração oficial do Irã.
Na declaração de encerramento, o Irã destacou que se tratou de uma resposta feita “com base no artigo 51 da Carta da ONU, relativo à defesa legítima”. O comunicado termina prometendo novos ataques caso o “regime israelense cometa outro erro”, destacando que se trata de um conflito entre Irã e o “regime sionista desonesto”, do qual “o Estados Unidos deve ficar longe”. Portanto, a ação do Irã é respaldada na opinião pública internacional.
Forças militares ligadas ao imperialismo ianque, francês e britânico – além do governo lacaio pró-sionista da Jordania – atuaram para derrubar alguns dos mísseis dirigidos contra Israel. Sem apresentar provas, Israel afirmou que “99% dos mísseis” foram interceptados. E Joe Biden, representante da superpotência hegemônica única (Estados Unidos) declarou que “Israel demonstrou capacidade notável para se defender”. Pura propaganda, uma vez que o próprio porta-voz do Exército Sionista, Daniel Higari, admitiu que houveram perdas significativas na base aérea atingida.
Desespero e divisão no governo sionista
Os resultados imediatos foram desastrosos para os sionistas: o pânico tomou conta da população israelense, um boato foi propagado de que o primeiro-ministro e outros dirigentes políticos sionistas estariam deixando o país através do “avião de Sion”. Uma ordenam foi lançada aos residentes do Norte de Israel para que se dirigissem para abrigos anti-bomba. Além disso, o derrotado Exército Sionista ordenou o fechamento do espaço aéreo, cancelou as atividades escolares e lançou uma mobilização para todas as forças reservistas.
Também como resultado imediato, os representantes políticos sionista se mostraram divididos. Segundo o monopólio de imprensa sionista “Times Of Israel”, há consenso que Israel deve responder. Mas está dividido em como fazer. O ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz, defendeu que o Exército Sionista devesse lançar um ataque contra o Irã ainda enquanto a Operação iraniana estava em andamento. Netanyahu e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, foram contra. As informações foram desmentidas pelos envolvidos – o que também não deixa de ser um sinal de que o sionismo está dividido.
Conselho da ONU termina sem acordos
O ataque também motivou a convocação, por parte do primeiro-ministro sionista, de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU no domingo. A reunião terminou sem acordo e com ataques de Israel ao Irã.
O representante do Estados Unidos afirmou que “o objetivo não é a escalada”, mas defendeu que a melhor forma de evitar essa escalada seria o Conselho da ONU condenar o ataque iraniano, apelando para que a diminuição das tensões.
O embaixador de Israel, Guilad Erdan, comparou o governo iraniano ao Terceiro Reich e Ali Khamenei, líder do Irã, à Hitler. Sem citar os ataques rotineiros à soberania iraniana, o sionista afirmou que Israel tem o direito legal de lançar uma ação em retaliação e acusou a própria ONU e toda a “comunidade internacional” a não agir. O jornalista Jamil Chade, do monopólio de imprensa UOL, relatou que os diplomatas chegaram a dar risadas quando o sionista acusou Irã de não cumprir resoluções da ONU.
Em resposta, o embaixador do Irã defendeu que se tratou de uma operação de “autodefesa” e afirmou que Israel deve ter “cuidado”, além de criticar os imperialistas da França, Reino Unido e Estados Unidos. Ele afirmou que: “O Irã não quer um confronto com o USA”, mas também alertou: “Se os [norte-]americanos iniciarem uma operação militar, vamos usar meios proporcionais”.
Aqui fica claro que a ação do Irã ocorreu no limite. Ela não pôde ser condenada diplomaticamente, mas já aprofundou a divisão entre sionistas e ianques (os primeiros estão sedentos por dar uma resposta, enquanto os ianques já afirmaram que não vão apoiar militarmente). A tendência é que a resposta de Israel, assim que for desatada, agrave o cerco regional a que já está sujeito. Por consequência, o Irã poderá contar com maior apoio político e militar de forças anti-imperialistas da região e de governos que são contrários ao sionismo.
Resistência Palestina sai fortalecida
O principal aspecto do ataque sem precedentes do Irã contra alvos sionistas – realizada de modo proporcional, colocando uma derrota no colo do sionismo e obrigando-o a responder, com o que piorará ainda mais sua situação de divisão e condenação internacional – é que a Causa Palestina sai mais fortalecida da crise regional.
As condições externas não poderiam ser mais favoráveis para a derrota do Estado Sionista – que, não obstante, será fruto de uma luta prolongada, persistente e dolorosa, para o que, afinal, a Resistência Palestina já demonstrou estar preparada.
Em uma palavra: a Palestina está pronta para persistir na luta em torno dos três alvos fixados pela Operação Dilúvio de Al-Aqsa: Libertar Jerusalém, libertar os presos políticos palestinos e recolocar a Causa Palestina novamente na ordem do dia.