Um dilúvio contra o imperialismo (II)

Publicamos o artigo do colaborador de AND Marconne Oliveira cerca dos significados do Dilúvio de Al-Aqsa e da resistência do povo do Iêmen

Um dilúvio contra o imperialismo (II)

Publicamos o artigo do colaborador de AND Marconne Oliveira cerca dos significados do Dilúvio de Al-Aqsa e da resistência do povo do Iêmen
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Na parte anterior, falamos sobre a grande derrota sofrida pelo Estado sionista e pelo amo ianque na agressão contra Gaza e sob a espada incansável dos combatentes palestinos que encabeçam a batalha do Dilúvio de Al-Aqsa. Discutimos, também, a importância da resistência anti-imperialista no Oriente Médio Ampliado no aprofundamento do atoleiro em que o sionismo/imperialismo se enfiou, destacando a ação iemenita, que, não à toa, sofreu os primeiros golpes diretos imperialistas em meio à escalada da guerra. Tratemos, portanto, nessa segunda parte, do Iêmen e de sua postura heroica frente ao imperialismo.

Iêmen: guerra civil ou luta anti-imperialista?

O Iêmen está desde 2014 sendo achacado por uma guerra que reclamou a vida de mais de 160 mil iemenitas e criou o que é descrito pelas ONU como a maior crise humanitária do mundo, sendo reportado que dois terços da população precisa de alguma forma de ajuda. A situação foi precipitada quando, em 2010, Ali Abdullah Salleh, presidente desde 1990, abandonou completamente os diálogos para que fossem feitas novas eleições com a participação da oposição, alterando unilateralmente a lei eleitoral e nomeando individualmente a comissão que tomaria as rédeas do processo. Suas razões tornaram-se logo claras: a alteração na lei eleitoral lhe permitiria ser reeleito eternamente, plano que ele já havia utilizado em situações anteriores. Fazendo-se de surdo às reivindicações da oposição e das massas por eleições democráticas, o autocrata recrudesceu a repressão contra o povo que queria sua saída imediata do poder. Atiradores de elite das forças de repressão assassinaram, em março de 2011, 52 manifestantes e feriram centenas. Tudo isso só fez crescer o apoio dos homens organizados por Hussein Badreddin al-Houthi nos anos 1990, que conformavam o movimento Ansar Allah, rebelados contra o governo de Salleh, apoiado pelo imperialismo ianque e pela monarquia autocrática e títere saudita. Sob a mentira de “luta contra o terrorismo”, Salleh utilizou o dinheiro ianque para atacar os combatentes apoiados pelo povo, que ficariam conhecidos pejorativamente como Houthis em razão do nome da vila em que nasceram, porém sofreu extensas derrotas, escancarando a falta de preparo de suas tropas reacionárias, que, não obstante, já haviam lançado seis guerras contra o movimento Ansar Allah em seis ocasiões entre 2004 e 2010 também sem sucesso, apesar de terem assassinado na primeira delas a liderança original. No contexto de 2011, o Ansar Allah era dirigido pelo irmão de Hussein al-Houthi, Abdul-Malik al-Houthi. 

Entre 2011 e 2012, extensos protestos pela saída de Salleh ocorreram, culminando estes ainda em 2011 no assalto das massas e das forças patrióticas ao Palácio Presidencial, que deixou o próprio Salleh, o vice-primeiro ministro, o chefe do parlamento e governador de Sanaa feridos. Salleh teve um colapso pulmonar e queimaduras em mais de 40% de seu corpo. Além disso, foram mortos quatro de seus guardas e um líder religioso da mesquita do Palácio. Também em 2011, Salleh assinou um acordo desesperado com os reacionários sauditas e com as demais monarquias autocráticas controladas pelo imperialismo ianque no golfo para salvar sua pele, conseguindo imunidade e transferindo os poderes da presidência ao seu vice, Abdu Rabu Mansur Hadi, igualmente títere do imperialismo ianque e dos sauditas, que tomaria posse em 2012 após eleições em que foi candidato único. A “mudança” de poder, que garantiu a possibilidade do retorno de Salleh ao país, não teve qualquer êxito em dar cabo das manifestações populares ou da ação dos combatentes do Ansar Allah, que já haviam tomado a vila de Dammaj e promovido o boicote eleitoral em todo o Iêmen. Entre 2012 e 2013, o movimento Ansar Allah participou da Conferência de Diálogo Nacional, porém, com a possibilidade da extensão de mais um ano do governo de Hadi, não deram apoio ao acordo final.

A resposta das massas e dos combatentes patrióticos, não apenas do Ansar Allah, mas de diversos partidos políticos de oposição, à tentativa de estender o governo do reacionário servo do imperialismo veio em uma vitoriosa batalha, em Sana’a, em 2014, em que obtiveram rápida vitória em razão do apoio popular com que contavam. Tendo tomada a capital e buscando forçar o governo de Hadi a cumprir o acordo de transição a um novo governo democraticamente eleito, passaram a ser os governantes de fato do país, uma vez que Hadi preferiu resignar para criar uma situação de caos a honrar o acordo. Em 2015, após conseguir escapar da capital já tomada pela revolta popular, o então “presidente” do Iêmen, apoiado pelo governo saudita e pelo imperialismo ianque, do Reino Unido, Canadá e França, conclamou uma intervenção no país, também declarando que a “capital” provisória de seu governo seria transferida à Aden. Foi atacado, novamente, no aeroporto de Aden, porém dessa vez pelas tropas leais à Salleh que o consideraram um usurpador. A Arábia Saudita encabeçou uma coalizão orquestrada pelo imperialismo ianque que contou com tropas reacionárias dos Emirados Árabes Unidos, Barein, Catar, Kuwait, Egito, Jordânia, Sudão e Marrocos, utilizando também um grande contingente de mercenários contratados da empresa ianque Academi e grupos terroristas como Al-Qaeda e Estado Islâmico (ISIS), afim de restaurar o poder ao reacionário Abdu Rabu Mansur Hadi, tendo, porém, de lidar primeiro com os próprios homens do general Abdul-Hafez al-Saqqaf, líder do exército reacionário leal à Salleh. O governo de fato e reconhecido pelo povo instou os antigos aliados Hadi e Salleh a cessarem as hostilidades. 

As forças patrióticas do movimento Ansar Allah, dos outros partidos sublevados e o povo iemenita travaram grandiosa batalha contra as forças invasoras e seus títeres locais, agrupados sob o Conselho “Presidencial” de Liderança. A luta iemenita conseguiu feitos impressionantes, aniquilando uma grande quantidade de tropas inimigas, destruindo seus veículos, lançando ataques contra petroleiras sauditas, em 2019, que chegaram a destruir 5% de toda a produção de petróleo no mundo, reduzir em 50% toda a produção de petróleo e gás na Arábia Saudita, além de causar danos infraestruturais irreversíveis nos locais atacados e fazer disparar em 20% o preço do petróleo em Londres. Os ataques do movimento patriótico também botaram medo em oficiais ianques, forçados a deixar a Arábia Saudita após mísseis e drones do Ansar Allah atingirem a capital do país em 2020. Em 2021, sem curvar-se a um cessar-fogo que não lhes garantisse as suas demandas primordiais, o Ansar Allah atacou novamente as instalações petroleiras da Saudi Aramco, o maior monopólio do mundo em termos de produção e reservas de óleo cru na época, que já vinha também sendo atacada de 2018. Após um breve cessar-fogo em 2022, novos confrontos localizados e em menor escala ocorreram entre as forças populares e as forças títeres do imperialismo. Hoje, o governo liderado pelo movimento Ansar Allah está presente na maior parte do norte do Iêmen, inclusive a capital, enquanto as forças reacionárias títeres, leais a Hadi, junto aos capituladores, sem apoio popular, se protegem no sul, contando suas derrotas. Diferente do que se poderia imaginar, mesmo com o apoio imperialista, o território ainda controlado pelo derrotado Hadi, também a porção com a maior produção de petróleo do Iêmen, passa por um crise ainda maior que o território governado justamente pelas forças patrióticas, não provendo serviços básicos, segurança e mesmo eletricidade para as massas, o que não diminui de forma alguma o sofrimento das massas iemenitas como um todo frente à agressão coordenada pelo imperialismo.

A guerra civil iemenita, portanto, foi desde sempre uma guerra contra os interesses imperialistas no Oriente Médio Ampliado e, não à toa, no lema das Forças Armadas iemenitas se lê: “Morte ao USA e morte à Israel”. Hussein al-Houthi proclamou o lema pela primeira vez após ver a imagem que se tornou um símbolo da rejeição ao genocídio sionista na Segunda Intifada, de um menino palestino sendo assassinado pelas Forças de Ocupação nos braços de seu pai. 

20 Jahre zweite „Intifada": Mohammed Al-Dura, ein Mythos und seine ...

Criança morta nos braços do pai na Segunda Intifada

O movimento Ansar Allah não é e não se conformou como um movimento sectário, apesar de manter suas concepções religiosas. Muito pelo contrário, sempre buscou unificar a luta contra o imperialismo e sionismo no país e fora dele, promovendo uma visão patriótica e de defesa contra a ocupação ianque do Oriente Médio Ampliado. Hussein al-Houthi manteve, na fundação do movimento e em seu desenvolvimento, uma posição consistentemente anti-imperialista, de fato, anunciando mesmo antes da invasão do Afeganistão que os ianques tentariam botar suas garras na região e novamente buscando alertar sobre os perigos do imperialismo na invasão do Iraque. Como hoje é possível notar claramente, após anos de agressão saudita encabeçada pela potência hegemônica única ianque, os assim chamados “houthis” são parte de uma rebelião popular contra a ocupação, agressão e espoliação do Iêmen e das nações do Oriente Médio Ampliado.

O povo do Iêmen não teme o imperialismo

Este breve histórico já demonstra que o Iêmen, o povo iemenita e o movimento anti-imperialista e patriótico Ansar Allah, são uma pedra no sapato do imperialismo já há décadas. Porém, não acaba aqui. A luta iemenita contra a imposição de um governo títere também é um impedimento claro para o projeto de dominação ianque no golfo. A participação do governo títere e reacionário do Barein no recente ataque contra o Iêmen não é nenhuma surpresa quando lembramos que a coalizão para controlar as águas do Golfo, que resultou na operação “Sentinel”, teve por base este mesmo território, também hospedeiro da Quinta Frota da Marinha ianque e partícipe da International Maritime Security Construct (IMSC). O governo reacionário e títere do Barein age contra o próprio povo e contra o povo de todas as nações árabes. Também não é difícil entender o porquê da Arábia Saudita buscar manter-se neutra e fazer papel de mediadora da escalada do conflito no Mar Vermelho, uma vez que ela, desde as grandes derrotas sofridas, busca um acordo com o Iêmen que lhe permita manter ao menos alguns de seus interesses no país, após tornar-se impossível uma vitória militar. 

A postura iemenita, além de tudo, cria um muro para as tentativas de “normalização” das relações entre os países do golfo e o Estado sionista, extenuando ainda mais as contradições entre o imperialismo e os povos desses países, e mesmo entre alguns de seus governos e o imperialismo, como vem demonstrando a posição atual do Catar, que defende a “solução de dois estados” e condena oficialmente o genocídio em Gaza. Tentativas de “normalizar” as relações contra a vontade popular dos árabes que defendem com firmeza os palestinos e iemenitas transformariam esses países em barris de pólvora. O apoio dado por algumas forças reacionárias ao sionismo está gerando e gerará cada vez mais manifestações e revoltas populares contra os governos títeres. Todos esses são grandes golpes contra a imposição das garras ianques ao Mar Vermelho e aos países do golfo.

Mapa do Mar Vermelho. Foto: CIA Factbook.

A região do Mar Vermelho é o local pelo qual 12% de todo o petróleo no mundo é escoado e, além do interesse econômico claro do imperialismo, tem também interesse estratégico político e militar. A militarização das águas do golfo, extensamente denunciada pelo Ansar Allah, ocorre por meio de operações como a “Sentinel” e pela instalação de bases e frotas militares imperialistas nos seus arredores, principalmente ianques, mas também australianas e do Reino Unido, por exemplo. Seu objetivo é ao mesmo tempo garantir os interesses imperialistas da União Europeia e USA, cercar militarmente o Irã, apoiado pela Rússia, e fortalecer a posição militar geral do imperialismo ianque e europeu no Oriente Médio Ampliado. Na disputa interimperialista entre USA, Rússia e China, o golfo, no Oriente Médio Ampliado, e o Pacífico são pontos chave.

Em meio a todo esse contexto, dando uma prova e um exemplo de bravura, audácia e desprendimento aos governos árabes vacilantes ou que efetivamente traem o povo palestino e mostrando a todo mundo do que são capazes as massas aguerridas, o povo iemenita e o movimento Ansar Allah tomaram posição decidida contra o sionismo, contra o imperialismo, principalmente ianque, e em apoio ao povo palestino. Além da bravura, demonstram outra coisa: que apesar de eles serem os senhores da guerra, são os imperialistas que devem teme-la e não as massas. 

Os ataques e apreensões no Mar Vermelho, iniciados em novembro do ano passado, apesar de não porem, de fato, em risco a navegação no Mar Vermelho no geral, como mesmo o monopólio de imprensa The Washington Post foi obrigado a admitir, colocou em risco os interesses de monopólios e dos apoiadores imperialistas do Estado sionista. Os navios sionistas ou que se dirigem aos portos sionistas, desde o início das operações das Forças Armadas iemenitas, têm sido avisados com antecedência em declarações públicas e quando tentam cruzar o Mar Vermelho que serão considerados objetivos militares caso não parem. 

A postura iemenita é clara: ninguém terá direito a apoiar o genocídio ou de suprir os genocidas. Mais ainda: o imperialismo ianque, em particular, não conseguirá seus objetivos de dominação no Mar Vermelho. Reduzir a posição iemenita a uma de subordinação aos interesses da semicolônia iraniana ou àqueles da Rússia, fica claro, não faria qualquer sentido. Mesmo o imperialismo ianque admitiu em 2015 que o Irã não exerce controle sobre os combatentes do Ansar Allah. Mais recentemente, o monopólio de imprensa The New York Times admitiu que os ataques iemenitas contra o USA foram independentes. Além disso, o imperialismo russo, que tinha poder de veto no Conselho de Segurança, seguido pelo social-imperialismo chinês, não o utilizou para proteger o país dos já previstos ataques – previstos inclusive, de forma hipócrita, pelos próprios “diplomatas” russos presentes. Reservou-se a uma condenação póstuma, também seguido pela China, o que demonstra, se nada mais, duas coisas: i) que apesar de aparentarem serem grandes, os imperialistas e social-imperialistas não são mais que lívidos cadáveres comparados às massas aguerridas; ii) que apesar de todas as disputas interimperialistas, os imperialistas e social-imperialistas aliam-se, sempre, declarada ou tacitamente, por meio de acordos militares ou políticos, quando o assunto é atacar as massas para garantir sua sobrevida.

Logo após os primeiros ataques a navios com destino aos portos sionistas, quatro grandes companhias marítimas monopolistas, a maior linha de contentores do mundo, a Mediterranean Shipping Co., sediada na Suíça, a dinamarquesa Maersk, a francesa CMA CGM e a alemã Hapag-Lloyd, suspenderam a passagem dos seus navios pelo Mar Vermelho. Estas empresas transportam aproximadamente 53% dos contentores marítimos mundiais e representam cerca de 12% do comércio global em termos de volume. A situação ainda fez com que muitos dos monopólios de todo o mundo divergissem a rota para uma mais longa ao redor do continente africano, aumentando custos de transporte e perturbando as cadeias produtivas globais. Os iemenitas apreenderam, também, um navio do imperialismo japonês, o Galaxy Leader, cuja liberação foi reivindicada pela decisão do Conselho de “Segurança” falido da ONU. 

Na luta contra o genocídio sionista, em particular, lograram uma grande redução das linhas de abastecimento e o aumento dos custos de importação para o Estado sionista, com o aumento do tempo de transporte de produtos aos portos da ocupação chegando a até cinco semanas, o desvio de rota de virtualmente todos os navios sionistas, aumentando seus próprios custos de transporte, a diminuição do lucro, apenas no porto de Eilat, em 80 a 85% e o aumento exponencial dos valores de seguros marítimos de navios dirigidos aos portos sionistas – de fato, o Estado sionista tem mecanismos de compensação em caso de dano à carga, mas ainda assim a maioria dos monopólios tem preferido nem ao menos arriscar a rota –, além de terem conseguido controle de um petroleiro pertencente a um imperialista israelense. A imprensa sionista classificou o Iêmen como a maior ameaça à estabilidade econômica do Estado genocida

A chamada “Operação Guardião da Prosperidade”, orquestrada pelo imperialismo ianque, já vinha sendo discutida desde 19 de dezembro, sendo atrasado seu lançamento oficial pelos desacordos entre os predadores. Desde a primeira menção sobre ela, os iemenitas declararam que qualquer ataque contra eles “tingiria todo o Mar Vermelho de sangue”. Antes mesmo do anúncio oficial de 09 de dezembro, o Iêmen já dizia que “Qualquer interferência estrangeira nas águas territoriais ou ilhas do Iêmen” receberia “resposta adequada”. As palavras iemenitas não são vazias e eles o têm provado. 

Agora, além de ver seu posto avançado sionista afundar no atoleiro que criou ao atentar contra Gaza, precipitado pela brava e heroica incursão militar que deu início à batalha do Dilúvio de Al-Aqsa, o imperialismo foi forçado a juntar-se a ele de corpo presente, atacando o Iêmen diretamente. Isto significa que, em pouco mais de três meses, a ousadia dos povos do mundo obrigou as potências mundiais, em especial a potência hegemônica única ianque, a lançarem dois dos ataques mais vergonhosos de sua história detestável.

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora representante do imperialismo ianque no Conselho de “Segurança”, demonstrou toda a hipocrisia desses carniceiros que representa ao afirmar que o USA rejeita qualquer tentativa de justificar as ações do movimento Ansar Allah em razão da guerra de Israel contra Gaza. Nas palavras da “diplomata” do genocídio: “Este conselho nunca deve legitimar violações descaradas do direito internacional, ponto final”. Como se em um péssimo roteiro de filme, a declaração foi feita um dia antes da audiência no Tribunal de Haia sobre a acusação formal de genocídio feita pela África do Sul contra Israel e após Israel ter assassinado covardemente, com apoio econômico e armas ianques, sob sua cobertura política, quase 24 mil palestinos (o número agora já passa dos 24 mil; junto a desaparecidos e feridos, o número aumenta para quase 100 mil e mesmo assim não começa a descrever a covardia da agressão sionista), promovendo o genocídio por fome e sede na Faixa de Gaza como método de extermínio, após também diversas declarações e ações concretas para fomentar o deslocamento forçado de palestinos por parte dos ministros sionistas e de todo o Estado sionista e após o uso documentado e comprovado de armas proibidas pela lei internacional, como fósforo branco, contra populações civis em Gaza, tudo apenas desde o dia 07 de outubro de 2023, descontando-se o genocídio que ocorre há 76 anos e a ocupação criminosa de terras palestinas apoiada e promovida pelo USA desde 1948. O Estado sionista hoje recebe bilhões anuais do imperialismo ianque em pacotes fixos e, na guerra contra o povo palestino, conta com ajuda especial e novos pacotes de auxílio.

Pouco tempo depois da decisão do Conselho de “Segurança”, no dia 12 de janeiro, vieram os ataques para comprovar sua verdadeira natureza.  O imperialismo ianque e do Reino Unido, com submarinos e caças, lançaram bombas e mísseis contra a capital iemenita Sana’a, na cidade costeira de Hodeidah, em seu porto, em Saada e Dhamar, marcando o início da agressão direta e declarada contra o Iêmen. No dia 13 de janeiro, mísseis foram lançados a partir do navio USS Carney e o Comando ianque afirmou que agiu por conta própria, apontando que o ataque adicional não estaria relacionado com a coalizão reacionária “Guardião da Prosperidade” no Mar Vermelho. Novos ataques da coalizão imperialista também foram feitos em Sana’a e Hodeidah. No dia 14 e 15, ataques foram feitos contra Hodeidah novamente.

Logo após os primeiros ataques, o membro do Comitê de Defesa e Segurança no Iêmen, Brigadeiro General Abdul Salam Jahaf declarou: 

“Será que os americanos, os britânicos e os sionistas esperam que qualquer ato agressivo contra o Iêmen nos distraia da defesa de Gaza?

Juramos que, mesmo que nos transformemos em átomos espalhados pelo ar, não sairemos de Gaza. Continuaremos a ter como alvo os navios sionistas e aqueles que vão para a entidade sionista. Iremos confrontar o USA, fazê-lo ajoelhar-se, queimar os seus navios de guerra, todas as suas bases e qualquer pessoa que coopere com ele.

Não importa o que isso nos custe, não sairemos de Gaza. Deixe a grande guerra começar, pois somos o seu povo e os seus homens.

Ao nosso povo, aos nossos irmãos, aos nossos filhos e aos nossos pais em Gaza, estamos convosco. Você não está sozinho. Nosso sangue por você é barato e estaremos com você até nosso último suspiro.

Deus recusa que sejamos submissos e humilhados enquanto o seu sangue é derramado. O que Deus nos dirá quando nos encontrarmos com Ele? Você decepcionou Gaza.

Não, por Deus, não vamos decepcioná-la, custe o que custar.

O mundo deve preparar-se para ouvir falar da derrota do USA. Digo isso com todo orgulho: pisotearemos a América. O campo de batalha ensinará aqueles que não nos conhecem sobre o nosso poder e severidade.

Não avisaremos nem ameaçaremos. Esperem pelo que irá curar seus corações.

Por Deus.

Vamos queimar a região.”

O membro do Birô Político do Ansar Allah, Ali Al-Qahoum afirmou: “A batalha [iniciada pela agressão imperialista] superará a imaginação e as expectativas dos ianques e dos britânicos. A guerra está aberta e os ianques e os britânicos lamentarão a sua agressão e pagarão um preço elevado”. Hezam Al-Asad, membro do Birô Político do Ansar Allah, também se pronunciou: “As forças ianques marcaram a hora zero, mas a nossa liderança determinará o teatro de operações. Esperávamos este confronto direto com o inimigo ianque”. Outro membro do Birô Político do Ansar Allah, Mohammed Al-Bukhait disse: “O Iêmen sairá vitorioso desta guerra pela vontade de Alá. Não há medo, exceto para aqueles que não conseguiram apoiar os nossos irmãos na Palestina, e o tempo provará isso”, e ainda: “estamos gratos porque a guerra agora se tornou direta entre nós e os inimigos da nação [árabe e islâmica]”. O vice-presidente da Autoridade de Mídia Ansar Allah, Nasr Al -Din Amer, por fim, pronunciou-se dizendo: “Agora estamos aliviados por estarmos sendo bombardeados como Gaza. Tínhamos vergonha, pois o povo palestino estava sendo bombardeado e nós não”. 

São essas declarações de um povo e de combatentes amedrontados? Decerto, os iemenitas, que juntaram-se aos milhares na capital Sana’a no mesmo dia para apoiarem o chefe do Conselho Político do Iêmen, Mahdi Al-Mashat, que prometeu ao USA e ao Reino Unido responder à agressão e lançar “a batalha da conquista prometida e da guerra santa”, não temem a guerra e, muito pelo contrário, por já viverem em uma guerra imposta pelo imperialismo e sob a certeza de que não têm nada a perder senão suas cadeias, dão boas-vindas à possibilidade de atacar diretamente seu agressor máximo e a cabeça da serpente sionista que ameaça toda a região e, agora, especialmente Gaza. 

Seriam, porém, os iemenitas um bando de tresloucados e inconsequentes que não sabem dos riscos de desafiar uma potência hegemônica como o USA? Muito pelo contrário, as massas iemenitas e seus combatentes patrióticos já desafiaram a coalizão reacionária coordenada pelo imperialismo ianque e encabeçada pela Arábia Saudita e venceram. Venceram e vencerão novamente também porque, diferente dos imperialistas, enebriados por seu poder bélico pago com sangue, têm de contar principalmente com a vontade das massas de lutar e isto não lhes falta após décadas de agressão. Como disse Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, sobre a luta na Gaza sitiada, qualquer indústria bélica não teria “qualquer utilidade face ao arsenal ianque sujo […] se não fosse a indústria mais importante que possuímos, que é a indústria da luta humana […] contra a qual nenhuma força na terra pode resistir”. Grande comprovação disso dão as manifestações massivas dos iemenitas em favor da luta anti-imperialista e patriótica no Iêmen que ocorrem corriqueiramente e agora apenas tornam-se maiores e exemplos de uso da criatividade para promover ferozes ataques contra o sionismo, por exemplo, na operação feita nas terras ocupadas palestinas, em “Ra’anana”, promovida sem o uso de uma arma sequer, senão de um carro que matou ou feriu duas dezenas de colonos.

Precisamente por conta do conhecimento obtido pelo Iêmen na vitória contra a coalizão reacionária que buscou violar a soberania do país em 2015, apesar de uma incursão massiva com drones e mísseis, os ataques imperialistas recentes não foram efetivos, como foi obrigado a admitir o monopólio de imprensa The New York Times, uma vez que a maior parte do equipamento iemenita tem bases móveis e pode ser facilmente camuflado. Precisamente por isso, também, o Iêmen não deu ouvidos às ameaças ianques e continuou seus ataques a navios sionistas e com rota para portos sionistas, fazendo, ainda, manobras militares filmadas e publicizadas pelas Forças Armadas, que encheram de pavor os genocidas nas terras ocupadas palestinas, e atacando ao menos um destroier ianque, o “Laboon”, no Mar Vermelho, bem como um de seus navios carregadores, o Gibraltar Eagle, e outro navio no golfo de Aden. A passagem de navios ianques e do Reino Unido pelo Mar Vermelho foi completamente bloqueada pelos combatentes iemenitas. 

As consequências da retaliação aos ataques covardes para o imperialismo, apesar de terem sido chamadas de “retórica” pelos covardes da Casa Branca, já estão se demonstrando: já no dia 12 de janeiro, uma transportadora monopolista dinamarquesa cessou o tráfego através do Mar Vermelho e os preços do petróleo de dois monopólios, o Brent Crude, europeu, e o West Texas, ianque, subiram a taxas de 2,3 e 2,5%; no dia 15, o Catar deixou de transportar petróleo pelo Mar Vermelho; também no dia 15, o monopólio do trilionário Elon Musk, a Tesla, interrompeu sua produção, uma vez que os custos de transporte de componentes que recebia da China e o tempo de espera aumentaram, causando lacunas em toda sua cadeia produtiva. Além disso, o USA foi forçado a mobilizar mais tropas no Iraque e Síria, sob a desculpa de combate ao terrorismo – sendo apoiado declaradamente pelo governo reacionário e títere do Iraque. É preciso, ao olhar para o povo iemenita, sempre lembrar a máxima chinesa: “Quem não tem medo da morte por mil cortes ousa desafiar o imperador”. Verdadeira morte para um povo acossado pelo imperialismo seria a passividade. O desafio é o único meio, a rebeldia é tanto justa quanto necessária.

Além das declarações do Iêmen e do espírito indômito de seu povo e combatentes, devemos destacar a posição tomada pela Resistência Nacional Palestina em apoio ao povo e às forças patrióticas e anti-imperialistas iemenitas. Uma das declarações dos palestinos, talvez a que melhor sintetiza a posição deles frente à agressão imperialista contra aqueles que com tanto afinco os apoiaram e apoiam, foi feita pelas Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa – Grupos de Resposta Rápida (Comando Central): “Aqui está a Palestina, aqui está o Iêmen, aqui está o Iraque. Quem foi um escudo para nós, seremos uma espada para eles. Você não nos deixou sozinhos e não estará sozinho”. Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, afirmou ainda, no discurso para o 100º dia da batalha do Dilúvio de Al-Aqsa:

“O mundo vê como as forças da injustiça se apressaram a formar alianças e convocaram os asseclas da hipocrisia e da arrogância para atacar e ameaçar aqueles que apoiam o povo de Gaza, depois de terem expressado a sua solidariedade e apoio de uma forma ditada pelos deveres da religião islâmica, fraternidade árabe e humana. Eles dirigiram e continuam a dirigir grandes quantidades de ataques abençoados contra o inimigo e aqueles que estão por trás dele, posicionando-se contra o holocausto sionista nazi contra o nosso povo e as nossas famílias.”

Manifestações massivas no Irã, com queima de bandeiras sionistas e ianques, em Ramallah, na Cisjordânia, no Barein e no próprio USA, em Nova Iorque e no covil da administração de Joseph Biden, Washington, pouco tempo depois dos ataques, demonstram o desafio lançado pelas massas de todo mundo ao imperialismo em face da agressão covarde e vergonhosa contra um país em que 17 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar, o que também ocorre em decorrência da agressão imperialista. As massas no Barein e no próprio USA dão prova de que os governos reacionários de seus países, além de agirem diretamente e de forma violenta contra o povo iemenita, agem contra os próprios interesses dos povos nacionais. Somam-se as manifestações em defesa do Iêmen às outras tantas em defesa de Gaza, frente ao Tribunal de Haia, nos Países Baixos, e na África do Sul, defendendo a condenação do Estado sionista por genocídio, e em Londres, Paris, Viena, Berlim, Joanesburgo, Amã, Washington e Chicago, todas essas últimas feitas no final da segunda semana de janeiro de 2024, em razão do 100º dia da batalha do Dilúvio de Al-Aqsa e da agressão sionista contra Gaza.

Sim, o povo iemenita não teme a guerra. As massas de todo o mundo estão com eles e os apoiam contra os ataques do imperialismo. As massas e os democratas de todo o mundo apoiam-no em seu caminho de defesa de Gaza, de luta patriótica contra o imperialismo ianque e luta internacionalista contra o sionismo genocida. Ao tomar para si a responsabilidade de defesa do povo palestino, os iemenitas também se tornaram parte do Dilúvio que fez o imperialismo cair em seu novo atoleiro no Oriente Médio Ampliado. Seu papel, com o ataque ianque e do Reino Unido, só foi cimentado, como demonstram as próprias declarações das lideranças de suas forças patrióticas. Eles traçaram uma linha clara entre eles e o maior inimigo dos povos oprimidos de todo o mundo e por isso foram atacados. Os povos do mundo, enquanto isso, desenvolvem cada vez mais, com o exemplo de Gaza e do Iêmen, consciência da verdadeira natureza do imperialismo; amantes da paz, descobrem também a impossibilidade dela sob a ameaça perene de violência, que é a única forma de existir desse já extemporâneo parasita.

Em novembro de 2023, disseram as Forças Armadas iemenitas:

“Os guerreiros palestinos são exemplos supremos de bravura e sacrifício que atiçam a chama da revolução e ensinam a todos os filhos das nações oprimidas lições fundamentais sobre o sacrifício nos domínios do orgulho e das atitudes de honra e dignidade.”

Hoje, podemos repetir as palavras das patrióticas e anti-imperialistas Forças Armadas do Iêmen à Resistência Nacional Palestina e dirigi-las ao próprio povo e aos guerreiros deste insubmisso país. O povo iemenita e suas forças rebeldes, no melhor sentido da palavra, não temem, sobretudo, o imperialismo. Provaram-no ao dobrar a coalizão saudita orquestrada pelos ianques e provam-no ao desafiar diretamente, sem sombra de medo ou dúvida, o Tio Sam, que certamente acumulará ainda mais uma derrota dentre as tantas que coleciona em sua galeria tétrica e ominosa de violações contra os países oprimidos. 

Não há razão para a existência do imperialismo 

Em uma conversa, no ano de 1956, o presidente do Partido Comunista da China, Mao Tsetung, afirmou: “Não há razão para a existência do imperialismo”. 

Em 1964, falando da luta do povo congolês contra o imperialismo ianque, que à época estava, como hoje, usando a autointitulada ONU para cumprir seus objetivos de agressão, espólio e controle militar, político e econômico, disse que o imperialismo “adiciona um novo laço em volta do pescoço toda vez que comete agressão em qualquer lugar. Está cercado de muito próximo pelos povos de todo o mundo”.

Também em 1964, em defesa do povo panamenho, atacado pelo USA, disse: “A maré furiosa dos povos do mundo em oposição aos agressores do USA é irresistível. A luta dos povos de todo o mundo contra o imperialismo do USA e os seus cães bajuladores irá certamente obter vitórias ainda maiores”.

Em 1968, em apoio ao povo e à luta dos pretos no USA, denunciando o assassinato covarde de Martin Luther King, promovido pelas forças de repressão contrarrevolucionárias ianques, disse: “Pode-se dizer com certeza que o colapso total do colonialismo, do imperialismo e de todos os sistemas de exploração e a emancipação completa de todos os povos e nações oprimidas do mundo não estão longe”.

Em 1970, por fim, disse em artigo publicado na revista Pequim Informa, n. 23: 

“No mundo de hoje, quem realmente teme quem? Não é o povo vietnamita, o povo do Laos, o povo cambojano, o povo palestino, o povo árabe ou os povos de outros países que temem o imperialismo do USA; é o imperialismo do USA que teme os povos do mundo. Fica em pânico com o simples farfalhar das folhas ao vento. Inúmeros fatos provam que uma causa justa goza de apoio abundante, enquanto uma causa injusta encontra pouco apoio. Uma nação fraca pode derrotar uma nação forte, uma nação pequena pode derrotar uma grande. O povo de um país pequeno pode certamente derrotar a agressão de um país grande, se apenas ousar levantar-se na luta, ousar pegar em armas e agarrar nas suas próprias mãos o destino do seu país. Esta é uma lei da história.”

Não teriam as palavras de Mao, que foi quem definiu o imperialismo, estrategicamente, como um tigre de papel, destinado a cair pela mão dos povos que oprime, que deve, portanto, ser “fustigado pela chuva e pelo vento” para cair, se comprovado verdadeiras? Cada uma de suas palavras comprovou-se e se comprova diuturnamente verdadeira, de fato.

Vladimir Lênin, com seu manejo impecável do Marxismo, desenvolveu a crítica da Economia Política marxista a novas alturas, adicionando aos três livros d’O capital o Imperialismo: estágio superior do capitalismo, e legou a todos os povos oprimidos do mundo e aos revolucionários de todo o mundo uma teoria do imperialismo. Mao Tsetung, por sua vez, apoiado firmemente no Marxismo-Leninismo, o Marxismo da época imperialista, e desenvolvendo-o, complementou a teoria leninista do imperialismo com a tese do capitalismo burocrático e, a partir de sua experiência de luta na China contra o imperialismo japonês e ianque, a partir do estudo detido e do apoio inabalável e desinteressado às lutas revolucionárias e de libertação nacional em todo o mundo, bem como a partir de sua grandiosa apreensão ideológica do Marxismo, concentrou as verdades descobertas em mais de um século de luta revolucionária, à época, em uma estratégia universal de luta, isto é, elevou as formas de luta popular contra a opressão a uma forma científica, universal e, comprovadamente, impossível de ser verdadeiramente derrotada. Sua contribuição, portanto, é decisiva para a ofensiva dos povos oprimidos contra o imperialismo e certamente serão encarnadas pelas massas rebeladas.

Frente à luta dos povos palestino e iemenita e de seus combatentes, ao denunciarmos as agressões sionistas/imperialistas contra ambos, devemos fazê-lo levando em conta sua bravura e tomando-a de exemplo, reconhecendo-os como os povos indomáveis e vitoriosos que são. Não se trata aqui de celebrar ebriamente a guerra, que é o que fazem os imperialistas, senão de reconhecer que a paz não pode ser obtida enquanto reinam no mundo esses mesmos agressores dos povos. Neste sentido, nos lembremos também as palavras do revolucionário e intelectual martinicano Frantz Fanon, que disse: “Nenhuma morte de homem é indispensável ao triunfo da liberdade. Acontece que é preciso aceitar o risco da morte para que nasça a liberdade, mas não é com o coração alegre que se assiste a tantos massacres e a tantas ignomínias”. Também não devemos cair no canto de sereia imperialista que busca maquiar a guerra imposta a ele pelos povos do Oriente Médio como uma guerra religiosa. Qualquer contorno religioso que tenham as declarações e ações dos combatentes não supera nem suprime seu compromisso com o povo, qualquer oposição religiosa aparente, de fato, não foi promovida senão pelo próprio imperialismo, que apoiou e apoia a existência de um estado autodeclarado “judeu” para garantir seus interesses na região. O conteúdo da luta dos povos árabes é claro e democrático: tratam-se de lutas de libertação nacional anti-sionistas e anti-imperialistas.

A ofensiva dos povos, que aperta cada vez mais o nó no pescoço do imperialismo, é inegável. Cada bombardeio sionista/ianque e cada ataque contra o Iêmen apenas o comprova. O cerco à Gaza, de fato, torna-se dialeticamente em seu contrário: em um cerco dos povos oprimidos do Oriente Médio Ampliado contra o imperialismo, que ainda pode se tornar mais sangrento para os inimigos dos povos com a possibilidade de ataques por terra das Forças de Ocupação contra o Líbano. Não foi o imperialismo, mas as próprias massas desses países, por intermédio de sua resolução e firmeza de aço e das forças de resistência em que confiam e na qual ingressam sem medo, que definiram o tom e o palco dessas batalhas, para eles grandiosas e para o imperialismo vergonhosas. O imperialismo, que se assustava já com o farfalhar das folhas ao vento, está completamente perdido em meio aos mísseis das brigadas da Resistência Nacional Palestina e das Forças Armadas do Iêmen, perdido em meio à disposição do povo a lutar pela sua nação e por sua liberdade, perdido, pois não apenas encontrou resistência, mas foi surpreendido pela iniciativa, pela ousadia e pela intrepidez de quem pensava ser capaz de escravizar e violentar impunemente. 

Não há, de fato, razão para a existência do imperialismo, e por isso, porque as massas de todo o mundo, especialmente na Palestina e Iêmen hoje, despertaram e despertam cada vez mais para essa verdade de tal forma que não há mais retorno, ele cairá como um gigante com pés de barro.


O texto reflete a opinião do autor

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