RS: Servidores da UFPel deflagram greve por reajuste salarial e contra sucateamento do Ensino Público

Docentes exigem reajuste salarial, a revogação das medidas tomadas pelo governo reacionário de Bolsonaro e a denúncia das políticas de arrocho promovidas pelo atual ministro da fazenda, Fernando Haddad.

RS: Servidores da UFPel deflagram greve por reajuste salarial e contra sucateamento do Ensino Público

Docentes exigem reajuste salarial, a revogação das medidas tomadas pelo governo reacionário de Bolsonaro e a denúncia das políticas de arrocho promovidas pelo atual ministro da fazenda, Fernando Haddad.
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No dia 15 de abril, data de início do ano letivo da Universidade Federal de Pelotas, foi marcado pelo início da greve dos docentes de ensino superior promovida pela Associação dos Docentes da UFPel e do IFSul-CaVG(ADUFPel). Esse movimento não é isolado, mas soma-se aos demais que ocorrem em todo país pelos mesmos motivos: o reajuste salarial, a revogação das medidas tomadas pelo governo reacionário de Jair Bolsonaro e a denúncia das políticas de arrocho promovidas pelo atual ministro da fazenda, Fernando Haddad, no governo Luiz Inácio.

A decisão sobre a greve foi tomada no dia 27 de março, após aprovação da mesma por ampla maioria na Assembleia Geral Permanente da ADUFPel. Entretanto, já havia sido iniciada por outros setores da universidade, como é o caso dos técnicos administrativos, que estão em greve desde o mês de março, mas sem afetar o andamento das aulas. Além disso,o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), também havia paralisado suas atividades desde o início do mês.

Exigências

Sob o lema Não existe conquista sem luta, os docentes da UFPel e IFSul-CaVG reivindicam pautas como a recomposição orçamentária, recomposição salarial, “revogaço” das medidas bolsonaristas, reestruturação de carreira, além de pautas específicas sem impacto orçamentário dos docentes e o fim das intervenções federais em universidades.

A exigência feita pelo sindicato é de um reajuste de aproximadamente 7% já em 2024, juntamente com reajustes de mesmo valor aproximado nos anos de 2025 e 2026, levando em conta  as perdas nos governos Temer e Bolsonaro. Essa demanda rechaça por completo a proposta do governo federal de reajuste zero para 2024 e apenas 4,5% nos dois próximos anos e denuncia sua intransigência para negociar com a categoria. 

Reitoria ataca direito à greve

Mesmo após a deflagração da greve, a reitoria da UFPel manifestou em nota a continuação do calendário acadêmico do semestre 2024/1. Essa medida é denunciada por estudantes e docentes, tendo em vista que, por sua causa, alguns professores decidiram furar a greve e prosseguir com as aulas, gerando grande insegurança com relação ao calendário acadêmico. Os principais prejudicados pelos “fura-greves” são os alunos vindos de outras cidades e estados, que enfrentam longas distâncias para assistir às aulas e tem que lidar com os custos de morar fora de casa mesmo sem ter a certeza se terão aulas ou não.

No dia 18 de abril, em vídeo publicado via Instagram no perfil oficial da UFPel, a presidente do COCEPE manifestou que, mesmo após as demandas de suspensão imediata do calendário acadêmico feitas pelos sindicatos de docentes e de servidores (ADUFPel e ASUFPel respectivamente), a decisão tomada foi de adiar a medida até que ocorra uma consulta entre os estudantes de graduação e pós-graduação sobre a sua adoção.   

Enquanto isso, entre os estudantes, muitos reclamam do imobilismo por parte do DCE e setores do “movimento estudantil”, que não se manifestam ativamente na defesa dos discentes nem se organizam para interromper as aulas ou somar-se à mobilização por meio de greves estudantis, particularmente na forma de greves de ocupação. 

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