Crise chinesa prenuncia grandes tormentas mundiais

Crise chinesa prenuncia grandes tormentas mundiais

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Nos últimos dias, diversos episódios na China revelaram o desenvolvimento da crise na potência asiática. No dia 18 de agosto, a gigante do setor imobiliário China Evergrande entrou com um pedido de proteção contra falência no Estados Unidos (USA). Outras gigantes do país também declararam dificuldades. A crise na China promete abalar a economia mundial, e foi descrita pela secretária do Tesouro do USA, Janet Yellen, como um “fator de risco” para a economia ianque. Eis, aí, como já havia sido previsto por este jornal, o anúncio de que a crise na China poderá atingir todo sistema imperialista mundial, com resultados incalculáveis para a economia de todos os países.

No mesmo período do anúncio da Evergrande, a empresa monopolista do mesmo setor, Country Garden, propôs adiar o pagamento de suas dívidas. Um calote foi anunciado também pela Zhongrong International Trust, do setor financeiro do país. 

As dificuldades enfrentadas pelas grandes empresas imobiliárias chinesas são um problema grave para a economia do país. A construção civil, campo em que se enquadra o setor imobiliário, responde por mais de 25% da economia chinesa. Cerca de 70% das riquezas das pessoas na China também estão em imóveis. Essa predominância do setor é resultado do impulso dado há anos pelo Estado social-imperialista chinês ao setor da construção civil e de venda de imóveis como forma de impulsionar a economia interna.

Dessa forma, o setor é o primeiro a sentir os sintomas da desaceleração econômica e também impacta todo o resto da economia do país. Contudo, não é o único sinal da crise chinesa: em julho, a taxa de desemprego entre os jovens atingiu cerca de 21%. O país está em quadro de redução populacional, com a perda de 820 mil habitantes em 2022, apesar dos esforços do Estado social-imperialista para reverter a situação. A perspectiva de crescimento do país calculada pelo FMI em 3,5% não será atingida. 

Todo esse quadro tem preocupado profundamente os imperialistas e economistas burgueses de todo o mundo, dado que a economia chinesa é atualmente responsável por cerca de 35% da atividade global. A crise foi descrita como um “fator de risco” pela secretária do Tesouro ianque, Janet Yellen, e assustou o magnata Daniel Morris, estrategista-chefe de mercado da empresa financeira BNP Paribas Asset Management, que afirmou achar “impressionante” que “a segunda maior economia do mundo esteja tendo muitos problemas e os mercados globais não estejam prestando muita atenção”.

No Brasil, o monopólio de imprensa Estado de São Paulo descreveu o quadro como “prenúncio de uma crise financeira sem precedentes na China e com o potencial de irradiar-se pelo planeta com força proporcional à de 2008”, adendando que “o quadro é altamente preocupante”.

A preocupação dos reacionários é justificável. Não há sinais de reversão do quadro de crise do sistema imperialista mundial, apontado de forma cada vez mais aguda nos relatórios de instituições financeiras e suas previsões para alta da inflação mundial e redução do crescimento da economia global.

Nesse cenário, a previsão mais correta é a de que as próximas décadas não serão de paz, sobretudo aos imperialistas. O quadro é de graves tormentas, com alta das rebeliões e revoltas dos povos do mundo contra o sistema em crise terminal.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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