MA: Latifundiário promove cerco contra comunidade quilombola

Em 2022, latifundiário invadiu comunidade quilombola Boa Hora III/Marmorana com maquinários. Foto: Foruns e redes cidadania do Maranhão
Em 2022, latifundiário invadiu comunidade quilombola Boa Hora III/Marmorana com maquinários. Foto: Foruns e redes cidadania do Maranhão

MA: Latifundiário promove cerco contra comunidade quilombola

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Quilombolas da comunidade Boa Hora III/Marmorana, localizada em Alto Alegre do Maranhão, têm sofrido cerco e perseguição do latifúndio local, segundo depoimento dos irmãos Raimunda e Jesusmar Costa, moradores da região e diretores da Associação de Produtores e Produtoras Rurais local. A situação ocorre um ano após a grilagem das terras da comunidade a mando do latifundiário Antônio Márcio Sousa Oliveira.

Em entrevista concedida ao portal independente Agência Tambor no dia 8 de maio, os moradores da comunidade relataram que diversos homens armados têm cercado a área sob mando do latifundiário e impedido os quilombolas de entrar na região. Além disso, o latifundiário tem usado drones para intimidar e vigiar as famílias camponesas. Como resultado, mais de 30 famílias da comunidade se encontram impedidas de tirar seu sustento da roça camponesa.

Os camponeses denunciaram ainda que não houve colheita da produção este ano porque a última roça foi destruída a mando do latifundiário. Os moradores da comunidade exigem liberdade e paz para viver e trabalhar em suas terras e informam que até o momento não houve nenhuma assistência ou tentativa de resolver a situação por parte do governo do estado.

Histórico de agressão do latifúndio

A investida contra a população quilombola da região ocorre desde o ano passado, quando, no dia 19 de maio, o latifundiário enviou pistoleiros fortemente armados para invadir a comunidade Boa Hora III/Marmorana. Na época, as mais de 30 famílias que moram na área tiveram suas casas queimadas, as roças destruídas e foram impedidas de acessar a fonte natural de água usada pela comunidade.

Casa queimada após ataque contra comunidade quilombola no ano passado. Foto: Reprodução
Casa queimada após ataque contra comunidade quilombola no ano passado. Foto: Reprodução
Vestígios da área quilombola atacada em 2022. Foto:
Vestígios da área quilombola atacada em 2022. Foto:

O território quilombola em questão é habitado há mais de 100 anos por camponeses e extrativistas, principalmente de coco babaçu. Em 2007, a área foi reconhecida pela Fundação Cultural Palmares, após 16 anos de postergação do processo de legalização da terra quilombola pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como tentativa de beneficiar e manter o monopólio da terra.

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