Nome de Arthur Lira é encontrado em caderno-caixa de investigado por fraude em kit de robótica

O nome do presidente da Cãmara de Deputados – Arthur Lira – e de seus familiares constavam no caderno-caixa de Luciano Cavalcante, em registros de pagamentos que iam desde hóteis luxuosos até a compra de terras e reformas de fazendas, num total de R$ 834 mil.
Pagamentos supostamente direcionados à Arthur Lira foram revelados. Foto: Reprodução
Pagamentos supostamente direcionados à Arthur Lira foram revelados. Foto: Reprodução

Nome de Arthur Lira é encontrado em caderno-caixa de investigado por fraude em kit de robótica

O nome do presidente da Cãmara de Deputados – Arthur Lira – e de seus familiares constavam no caderno-caixa de Luciano Cavalcante, em registros de pagamentos que iam desde hóteis luxuosos até a compra de terras e reformas de fazendas, num total de R$ 834 mil.
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O nome do presidente da Câmara de Deputados – Arthur Lira – e de seus familiares constavam no caderno-caixa do acusado de corrupção Luciano Cavalcante, em registros de pagamentos que iam desde hotéis luxuosos até a compra de terras e reformas de fazendas, num total de R$ 834 mil. A Polícia Federal (PF) enviou pedido ao STF para que sejam abertas investigações contra o deputado alagoano, que afirmou que a movimentação financeira tem origem em “ganhos como agropecuarista e deputado federal”.

Luciano Cavalcante, o braço-direito de Arthur Lira, foi alvo de uma operação de busca e apreensão em 1º de junho. Nela, agentes da PF foram à residência de Luciano e de seu motorista, Wanderson Ribeiro Josino de Jesus, e encontraram mais de R$ 4 milhões em espécie em um cofre, além de cerca de R$ 120 mil (também em espécie) em mochilas de viagens. Há suspeitas de que as fraudes na compra de equipamentos de robótica em 2021 tenham beneficiado ambos, num esquema de corrupção que, estima-se, retirou R$ 8,1 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

As anotações feitas à caneta por Luciano Cavalcante mostram valores endereçados à “Arthur”, “Arthur ‘SP'”, “Hotel Emiliano = Arthur” (nome do hotel de luxo onde, segundo a piauí, Arthur Lira se hospeda quando vai à SP), “Djair = Arthur” (nome do filho de Arthur Lira” e “D. Ivonette” (o nome da mãe de Arthur Lira é Ivanete).

Defendendo-se, Arthur Lira busca livrar-se da imagem de corrupto afirmando que o dinheiro veio do cargo de político profissional e de sua ocupação como “agropecuarista”. Mas isso só serve para confirmar que se trata de um senhor de terras, típico coronel de Alagoas, um dos estados do Nordeste com maior concentração de terra: a pequena propriedade camponesa ocupa menos de 10% da área do estado, enquanto o latifúndio ocupa mais de 90%. Através da coação econômica, militar e jurídica, camponeses são mantidos sob relações de trabalho brutais.

Após verba da educação ir pro bolso de marajás, Arthur Lira pode ser investigado

Suspeita-se que os R$ 8,1 milhões surrupiados da verba da Educação tenham ido não para equipar as escolas de Alagoas, mas sim para os políticos. Os tais “kits de robótica” eram comprados pela Megalic por R$ 2,7 mil, que as revendia para prefeituras de aliados de Lira por R$ 14 mil. O dono da empresa é pai de um dos vereadores do Partido Progressista (PP) da cidade de Maceió – que se reúne com frequência com o presidente da Câmara.

R$ 44 milhões achados em cofre de aliado de Arthur Lira. Foto: Reprodução

Leia também: Assessor de Arthur Lira é alvo de operação que achou R$ 4,4 milhões em espécie do ‘orçamento secreto’

As investigações, que por enquanto debruçam-se somente nas transações de Luciano, podem rumar em direção à Arthur Lira nas próximas semanas. Por hora, elas buscam identificar se há conexão entre a farra dos kits de robótica e o braço direito de Lira. Luciano foi o escolhido por Lira para comandar o diretório estadual do União Brasil em Alagoas ao mesmo tempo que era assessor da liderança do PP em Brasília.

Recentemente, o STF arquivou um julgamento contra Arthur Lira por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Frente às novas evidências de que Lira está envolvido na maracutaia, o STF vai decidir se ele vai ser ou não investigado. De todo modo, o presidente da Câmara segue fazendo o que sabe de melhor: roubar o erário. Pressionando o governo Lula/Alckimin (que abre o bolso sem dó) por verbas, tem conseguido verbas milionárias de “emendas parlamentares” (mais de R$ 46 bi), numa continuidade desavergonhada do “orçamento secreto” pelo governo que elegeu-se criticando duramente a prática.

Há verba abundante para os políticos e também para o pagamento de Juros e Amortizações da Dívida (R$ 2,010 trilhões são destinados ao pagamento dos juros e encargos da dívida pública federal). Por outro lado, espreme-se o orçamento para Saúde e Educação. Não estando garantidos o pagamento do piso para enfermeiros e professores, cresce-se a justa insatisfação do povo a cada novo episódio de corrupção.

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