Professores da UFPE atropelam diretoria imobilista e aprovam indicativo de Greve

Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aprovaram, neste dia 27/03, indicativo de greve em resposta ao corte reacionário de verbas para a educação pública promovido por Luiz Inácio e à falta de reajuste salarial para a categoria, apesar dos esforços da diretoria de impedi-la. A decisão foi feita 2 semanas após o início da greve nacional dos servidores técnico-administrativos.

Professores da UFPE atropelam diretoria imobilista e aprovam indicativo de Greve

Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aprovaram, neste dia 27/03, indicativo de greve em resposta ao corte reacionário de verbas para a educação pública promovido por Luiz Inácio e à falta de reajuste salarial para a categoria, apesar dos esforços da diretoria de impedi-la. A decisão foi feita 2 semanas após o início da greve nacional dos servidores técnico-administrativos.
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Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aprovaram, neste dia 27/03, indicativo de greve em resposta ao corte reacionário de verbas para a educação pública promovido por Luiz Inácio e à falta de reajuste salarial para a categoria, apesar dos esforços da diretoria de impedi-la. A decisão foi feita 2 semanas após o início da greve nacional dos servidores técnico-administrativos.

Em assembleia geral híbrida promovida pela Associação dos Docentes da UFPE (ADUFEPE), os professores aprovaram indicativo de greve com 81 votos a favor, com o objetivo de recomposição salarial, reestruturação da carreira e revogação de medidas prejudiciais à educação pública. Em seus discursos, os professores favoráveis à greve frisaram os maus-tratos do atual governo Luiz Inácio com a educação pública, a necessidade de se lutar pela categoria, ou seja, de não conciliar com os cortes para educação e outras políticas ultrajantes atualmente vigentes. Em meio a debate, o conceito de sindicato amarelo foi levado à tona por um dos professores favoráveis à greve, em clara alusão à diretoria do Sindicato, que se manteve até o final inflexível em sua posição de não fazer greve para “defender o governo Lula”.

Além do Indicativo de Greve, foram aprovados a criação de um Comando de Mobilização Docente Local com a participação de entidades representativas dos técnicos e estudantes, um Comando Unificado entre professores e técnicos para organizar o planejamento da greve, e o envio de representantes para reunião da Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (ANDES) para debater a greve nacionalmente, e uma nova assembleia para o dia 17/04, com pauta específica de deflagração da greve. 

Diretoria Amarela e Antidemocrática

No momento que a eleição de representantes para a reunião nacional do ANDES entrou em pauta, a Diretoria conciliadora, representada na assembleia pela presidenta Maria Teresa Lopes Ypiranga e pelo Segundo Vice-Presidente Ricardo Oliveira da Silva, alegou que a assembleia já tinha passado do limite de horário estabelecido e, sem discussão ou debate algum, encerrou a reunião virtual, que ainda contava com mais de 100 participantes, efetivamente impossibilitando que a assembleia fosse continuada pelos professores revoltados no auditório do ADUFEPE. Essa manobra tipicamente antidemocrática, demonstra o acerto dos professores democráticos que, em discurso, indiretamente categorizaram a Diretoria de Amarela. 

Por toda a assembleia, e até mesmo no site da ADUFEPE, é perceptível o ataque da Diretoria ao ANDES, sindicato que estimula nacionalmente a greve dos professores, em função de uma aproximação do PROIFES, sindicato amarelo aparelhado pelo Ministério da Educação e que rechaça a greve. Segundo o próprio site da ADUFEPE, o sindicato está há mais de 4 anos sem contribuir financeiramente com o ANDES com o objetivo claro de forçarem a própria expulsão contra a vontade das bases:

“No próprio Estatuto do Andes (artigo 45, parágrafo 3, inciso I) consta que, se esta (seção sindical) deixar de repassar a contribuição financeira dos sindicalizados de sua jurisdição à tesouraria do Andes por prazo igual ou superior a seis meses, o Congresso ou o Conad apreciará a revogação da homologação de constituição da S. Sind ou AD-S.Sind. Há anos, a resolução desta controvérsia está sendo postergada e não há mais tempo a perder.”

Professores e Técnicos Unidos em Greve!

Duas semanas antes dos professores indicarem greve, os técnicos da UFPE anunciaram sua própria greve para reestruturar a carreira e contra as altas taxas de desligamento da categoria. Em publicações, o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco (SINTUFEPE), organizador da greve, explicita “o total despreparo do governo com a análise da proposta apresentada”, que ignorou as propostas apresentadas na Terceira Mesa de Negociação e afirmou que não há orçamento algum previsto para a carreira de técnico. 

Estudantes, Professores e Técnicos unidos contra a precarização

A precarização da UFPE e das universidades públicas no geral é um plano bem-traçado por este velho estado brasileiro, em parceria com o Banco Mundial, para a total privatização do ensino. Lutar contra a precarização do ensino público é lutar contra a política reacionária do Banco Mundial, comandado pelo imperialismo ianque.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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