O comitê de apoio ao AND em Recife realizou, nesta quinta-feira, dia 19 de abril, na sede do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco – Seção UFPE (SINTUFEPE – UFPE), o ato Terra e Água Para os Posseiros de Barro Branco/Jaqueira, em defesa da luta e da resistência dos posseiros da comunidade de Barro Branco, Jaqueira.
Antecedentes
Os posseiros da comunidade de Barro Branco, em Jaqueira, estão resistindo bravamente aos ataques do latifúndio, acusado de envenenar os poços d’água e ameaçar e matar posseiros em prol do projeto de extermínio e expansão dos domínios latifundiários.
Em março deste ano, posseiros de diversas comunidades da região retomaram os poços d’água ocupados, e após serem ameaçados por três pistoleiros armados, se defenderam bravamente dos ataques, posteriormente expulsando os capangas do latifúndio.
Para intensificar os esforços em apoio à resistência dos posseiros de Barro Branco, o Comitê de Apoio em Recife promoveu o evento do dia 18 e convidou professores, técnicos, estudantes, entidades e pessoas democráticas para que participassem do ato.
O evento
O evento contou com mais de 150 participantes e com a presença na mesa de representantes do SINTUFEPE, da Área Revolucionária José Ricardo – Associação Riachão de Dentro, da Área Revolucionária Renato Nathan – Associação de Lajeiro, do Movimento Popular de Luta (MPL), do Movimento Feminino Popular (MFP), do Movimento Ventania e do Coletivo Mangue Vermelho, além da Drª Maria José do Amaral, representando a Associação Brasileira de Advogados do Povo (Abrapo) e do Professor Luiz Momesso e da participação da professora Maria do Socorro de Abreu e Lima, da escritora Maria de Melo e de diversos camponeses da Mata Sul de Pernambuco.
O evento começou às 14h30, com o Hino “Conquistar a Terra”, e durou até as 17h. Dentre os vários discursos, os representantes das Áreas Revolucionárias José Ricardo e Renato Nathan falaram sobre a luta camponesa em Pernambuco e em Alagoas, saudaram o apoio vindo da cidade e demonstraram claro apoio aos posseiros de Barro Branco, explicitando também a luta nacional pela revolução agrária.
A representante do Movimento Feminino Popular falou sobre a luta das mulheres no campo, e especificamente das mulheres de Jaqueira, e a necessidade de despertar em cada uma delas a fúria revolucionária que habita nelas.
O Coletivo Mangue Vermelho, o Movimento Ventania e estudantes de filosofia se puseram, em discurso, à disposição dos posseiros para defendê-los e apoiá-los, além de indicar o papel do estudante e da juventude no apoio à luta camponesa e no combate ao imperialismo representado pela empresa Mata Sul S/A, que tão covardemente ataca os posseiros de Jaqueira.
Quando encerradas as contribuições, foi proposta da mesa a criação do Comitê de Apoio em Defesa dos Posseiros da Mata Sul, para aumentar os esforços de propaganda da luta dos camponeses na Região Metropolitana, realizar missões solidárias no campo e criar um fundo de apoio para financiar a resistência camponesa na região.
A mesa também propôs que, por seu histórico de luta aguerrida, inclusive de resistência em meio ao Regime Militar, o professor Luiz Momesso fosse o Presidente de Honra do Comitê. As duas propostas foram recebidas calorosamente com palmas por todos os presentes. Dadas as saudações finais, o ato teve seu fim após a cantoria de “O Risco”.
