Dois poemas de Dareen Tatour sobre a Palestina

Transmitimos abaixo dois poemas de Dareen Tatour, enviados à equipe de redação de AND por um apoiador. O primeiro poema foi usado como evidência para que seja presa pela ocupação israelense e tem tradução já existente no Brasil; já o segundo, foi escrito enquanto ela estava presa e será de tradução inédita. 

Dois poemas de Dareen Tatour sobre a Palestina

Transmitimos abaixo dois poemas de Dareen Tatour, enviados à equipe de redação de AND por um apoiador. O primeiro poema foi usado como evidência para que seja presa pela ocupação israelense e tem tradução já existente no Brasil; já o segundo, foi escrito enquanto ela estava presa e será de tradução inédita. 
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Transmitimos abaixo dois poemas de Dareen Tatour, enviados à equipe de redação de AND por um apoiador. O primeiro poema foi usado como evidência para que seja presa pela ocupação israelense e tem tradução já existente no Brasil; já o segundo, foi escrito enquanto ela estava presa e será de tradução inédita. 

Resiste, meu povo! Resiste!

Traduzido do inglês por Rodrigo Poeta

Na minha Jerusalém, vesti minhas feridas
E respirei minhas tristezas para Deus,
Que carregou a alma na minha palma da mão
Para uma Palestina Árabe.

Eu não vou sucumbir à “solução pacífica”
Desde que o veneno se espalhou,
Matando flores da minha casa.

Nunca abaixei minhas bandeiras,
Até que eu os expulse da minha terra.
Eu gostaria que eles se ajoelhassem por um tempo.

Resiste meu povo! Resiste!

Resiste ao roubo do colono.
Destruir a constituição é vergonha,
Que impõe a degradação e humilhação
E nos impede de restaurar a justiça.

Resiste meu povo! Resiste!
Siga a caravana dos mártires!
Eles queimaram crianças sem culpa,
Quanto a Hadil, eles a denunciaram em público.
Matou-a em plena luz do dia.
Quanto a Maomé, eles arrancaram os olhos,
Crucificaram ele, na dor de desenhada

Em um corpo.

Eles derramaram ódio em Ali!
Começaram os incêndios,

Esperanças queimadas no berço.
Resista ao ataque do colonialista.
Não ligue para seus agentes entre nós,
Que nos acorrentam com a ilusão pacífica.
Não tenha medo do Merkava!
A verdade em seu coração é mais forte,
Enquanto você resistir em uma terra!

Isso tem vivido incansavelmente através de invasões.
Então Ali chamou de seu túmulo:

Resiste, meu povo rebelde.
Escreve-me como prosa no agarwood;
Meus restos têm você como resposta.

Resiste meu povo! Resiste!

Uma Poeta Atrás das Grades

Traduzido por Pedro Camargo

Na prisão, conheci pessoas
Muitas demais para contar:
Assassinos e criminosos,
Ladrões e mentirosos,
Os honestos e aqueles que não o creem,
Os perdidos e confusos,
Os miseráveis e os famintos.
Então, os doentes da minha terra,
Nascidos da dor,
Se negaram a cooperar com a injustiça
Até se tornarem crianças com inocência violada.
A compulsão do mundo os paralisou.
Eles cresceram.
Não, suas tristezas cresceram,
Fortalecendo-se com repressão,
Como rosas em solo salino.

Eles abraçaram o amor sem medo,
E foram condenados por declarar,
“Nós amamos a terra infinitamente”,
Esquecidos de seus feitos…
Então seus amores os libertaram.
Entenda, a prisão é para quem ama.
Eu interroguei minha alma
Em momentos de dúvida e distração
“Quanto a seu crime?”
Seu significado me escapa, agora.
Eu falei daquilo e
Revelei meus pensamentos;
Escrevi sobre a injustiça atual,
Desejos em tinta,
Um poema escrevi…
A acusação desgastou meu corpo,
Dos meus dedos até a ponta de minha cabeça,
Porque sou uma poeta presa,
Uma poeta na terra da arte.
Sou acusada de palavras,
Minha caneta o instrumento.
A tinta – sangue do coração – é testemunha

E lê as acusações.
Ouça, meu destino, minha vida,
Ao que o Juiz disse:
Um poema está no banco dos réus,
Meu poema se transforma em crime.
Na terra da liberdade,
O destino do artista é a prisão

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