Governo é avaliado como péssimo ou ruim em 6 de 8 áreas avaliadas em pesquisa

O governo de Luiz Inácio foi avaliado negativamente em 6 das 8 áreas avaliadas pelo Ipec, enquanto uma teve empate técnico e uma teve avaliação positiva. As áreas são: Educação, Saúde, Segurança pública, Combate à inflação, Combate ao desemprego, Política Externa, Combate à fome ou à pobreza e Meio Ambiente.

Governo é avaliado como péssimo ou ruim em 6 de 8 áreas avaliadas em pesquisa

O governo de Luiz Inácio foi avaliado negativamente em 6 das 8 áreas avaliadas pelo Ipec, enquanto uma teve empate técnico e uma teve avaliação positiva. As áreas são: Educação, Saúde, Segurança pública, Combate à inflação, Combate ao desemprego, Política Externa, Combate à fome ou à pobreza e Meio Ambiente.
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O governo de Luiz Inácio foi avaliado negativamente em 6 das 8 áreas avaliadas pelo Ipec, enquanto uma teve empate técnico e uma teve avaliação positiva. As áreas são: Educação, Saúde, Segurança pública, Combate à inflação, Combate ao desemprego, Política Externa, Combate à fome ou à pobreza e Meio Ambiente.

A Educação foi a única área que o governo foi avaliado positivamente, e mesmo assim por pouco. Foram 38% dos entrevistados que avaliaram como bom ou ótimo o desempenho do governo na Educação, enquanto 31% avaliaram como ruim ou péssimo e 28% como regular. 

Desde que assumiu, o governo recebeu diversas críticas de profissionais da Educação e estudantes pela manutenção de projetos reacionários, como o Novo Ensino Médio (NEM), pelos cortes realizados e pela falta de solução para problemas como a reestruturação de carreira dos servidores, o reajuste salarial e a recomposição orçamentária. Esse ano, o governo já cortou R$ 280 milhões da pasta de Ciência e Tecnologia. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq), responsável pelo fomento a pesquisas no País, perdeu R$ 73 milhões em verbas. 

Atualmente, uma greve nacional afeta mais de 50 universidades pelo Brasil, com a participação de estudantes, docentes e trabalhadores Técnicos-Administrativos da Educação (TAEs), a depender de cada instituição. No ano passado, manifestações ocorreram em diversos estados para exigir a revogação do NEM.

Economia vai mal

A economia é um dos pontos mais fracos para o governo. No tópico “combate à inflação”, 46% avaliam que o governo vai ruim ou péssimo, enquanto 23% pensam que vai ótimo ou bom e 28% como regular. No “combate ao desemprego”, 39% entendem o desempenho como ruim ou péssimo, lado a lado de 26% que vêem como ótimo ou bom e 31% que enxergam como regular. Por fim, no “combate à fome e à pobreza”, 38% acham que o papel do governo foi ruim ou péssimo, enquanto 33% acreditam que foi ótimo ou bom e 29% como regular. 

Os resultados não surpreendem. O ano de 2023 representou uma queda de 35% na criação de novos postos de trabalho em relação ao ano anterior, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego, disponibilizados no dia 30 de janeiro de 2024. A meta do governo era criar 2 milhões de empregos para 2023, mas somente 1,4 milhão de vagas foram registradas até aquela data.

Nesse cenário de calamidade, a alta dos preços é ainda mais sentida, e o preço dos alimentos subiu mais que o dobro da inflação em março. O custo da comida em casa subiu 2,9% contra 1,25% do IPCA. Itens que servem de alimento básico para o povo, como feijão, arroz, batata e cenoura, tiveram altas exorbitantes na inflação anual: o feijão preto subiu 11,95%, o feijão carioca 15,27%, a o arroz 10,32%, a batata-inglesa 38,24% e a cenoura 56,99%. É um dado que também se relaciona diretamente com o mau resultado do governo também no “combate à fome e à pobreza”. 

Na pesquisa do Ipec, 79% afirmaram que o preço dos alimentos subiu nos últimos meses, enquanto 76% acham que a água, a luz ou o gás subiram.

Dessa forma, pouco importa os resultados que o governo atingiu no PIB e na balança comercial ao longo de 2023. O PIB foi, no geral, puxado pelo latifúndio, responsável pelo plantio em massa de produtos vendidos na forma primária, com baixo valor agregado, como soja e milho. Os lucros, por sua vez, são absorvidos pelos grandes fazendeiros sem que haja ao menos o pagamento de impostos, devido à isenção fiscal na exportação. A reforma tributária do governo, implementada no ano passado, não mexeu nessa política. A balança comercial foi mantida como positiva justamente por conta do contraste entre as exportações do agronegócio e o baixo índice de importações, mantido assim pelo nível reduzido do mercado interno, sinal de uma economia fraca.

Saúde e Segurança Pública mal avaliadas

A Saúde e a Segurança Pública também foram mal avaliadas pelos entrevistados. De acordo com a pesquisa, 42% dos entrevistados julgaram que o desempenho do governo nas áreas vão ruins ou péssimas. 

A política do governo para a Saúde não teve nenhum destaque no último ano. Na verdade, problemas sérios, como a crise na TI Yanomami, foram mantidos, inclusive com alta no número de mortes. Nas cidades, profissionais de Saúde têm denunciado constantemente a crise dos Hospitais Federais, sucateados e alvos de privatização. O cenário calamitoso foi complementado com a notícia dos acordões do Ministério da Saúde que priorizaram o apadrinhamento político do que critérios técnicos na destinação de verbas para as cidades

Já na Segurança Pública, o cenário está quase igual ao do governo anterior. No campo, a imagem do atual governo foi desgastada em setores mais próximos como os povos indígenas após a deflagração e manutenção de operações da Força Nacional contra Terras Indígenas de estados como o Mato Grosso do Sul. Nas cidades, o apoio do governo federal às chacinas policiais no Rio de Janeiro e na Bahia, e a inoperância para impedir o crescimento da violência policial em estados como SP ou em todo o resto do País, podem ter ajudado a deteriorar a imagem da equipe presidencial. 

Luta popular se levantará 

Não à toa, começam a pulular pelo País as diversas demonstrações de insatisfação com o atual governo. 

A mais importante delas se acumula no campo, onde camponeses têm, de Norte a Sul do País, exigido terras e denunciado a repressão latifundiária desde o início do ano passado. Esse ano, as mobilizações continuam na forma de Cortes Populares, como o recentemente feito no Acampamento Mãe Bernadete, tomadas de terras e júris populares para condenar os crimes do latifúndio.

Já nas cidades, mobilizações como a dos profissionais da Educação e dos estudantes têm sido a ponta-de-lança contra o governo federal. Ao confrontarem diretamente o plano de “reajuste zero” para “manter a meta fiscal”, os servidores têm desmascarado de forma eficaz a natureza reacionária do programa econômico do governo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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