MA: Camponeses denunciam e enfrentam crimes do latifúndio

No dia 19/4, o quilombo Onça foi atacado por pistoleiros, enquanto no dia 14/4 uma casa da comunidade São Benedito foi destruída pelos capangas dos latifundiários.

MA: Camponeses denunciam e enfrentam crimes do latifúndio

No dia 19/4, o quilombo Onça foi atacado por pistoleiros, enquanto no dia 14/4 uma casa da comunidade São Benedito foi destruída pelos capangas dos latifundiários.
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Em menos de cinco dias, duas comunidades camponesas foram alvos de ataques do latifúndio no Maranhão: no dia 19 de abril, o quilombo Onça foi atacado por pistoleiros, enquanto no dia 14 de abril uma casa da comunidade São Benedito foi destruída pelos capangas dos latifundiários.

Ataques a tiros no Quilombo Onça

O Quilombo Onça fica localizado no município de Santa Inês. Os pistoleiros dispararam contra a comunidade e ameaçaram voltar durante a madrugada para mais agressões.

Ameaças e intimidações têm se tornado cada vez mais frequentes no local desde o aparecimento de um fazendeiro conhecido como Franciano Oliveira Sousa, que diz ter adquirido terras na região

Neste mesmo mês, no dia 11/4, Raimundo Nonato Lima Nascimento, uma das lideranças do quilombo Onça, foi entrevistado pela Agência Tambor a respeito da onda de violência promovida pelo latifúndio. Segundo a liderança, além da ameaça constante à integridade física dos moradores, já que os pistoleiros rondam o território armados e encapuzados, há também a destruição sistemática das roças. 

Em setembro de 2022, foi registrado também o desmatamento ilegal de mais de 1km de vegetação nativa (especialmente babaçu), a mando do mesmo Franciano, para se apossar daquelas terras. Nos dias seguintes à derrubada, foram cercadas áreas pertencentes ao quilombo.  

Casa incendiada em São Benedito

Já no dia 14/4, a comunidade São Benedito, localizada em São Bernardo, enfrentou mais um ataque covarde no dia 14 de abril.

Por volta das 7 horas da manhã, jagunços a mando de grileiros destruíram a casa de um morador. Tais ações de intimidação são recorrentes, e vêm acompanhadas de ameaças de morte, ao desmatamento e à destruição e incêndio das plantações e das casas

A comunidade tem mais de 200 anos de existência, e seus moradores fazem parte da Associação dos Lavradores da Gleba Mata Velha Data Gengibre de Coqueiro e São Benedito, que engloba cerca de 73 famílias que tiram o seu sustento da área, dificultado pela constante ameaça da destruição de suas casas, além das ameaças aos próprios moradores.

“Não podemos ir para as nossas roças em paz. Sempre tem que ficar alguém para vigiar nossas casas”, relata um morador em vídeo publicado no Instagram do COMSOLUTE (Comitê de Solidariedade à Luta pela Terra).

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