Megaprojeto do imperialismo ianque com a Índia, Europa e Arábia Saudita eleva disputas com a China

O presidente do Estados Unidos (USA) Joseph Biden anunciou durante a Cúpula do G20, realizada no final de semana entre os dias 9 e 10 de setembro, um megaprojeto em parceria com a Índia, países europeus e Arábia Saudita.

Megaprojeto do imperialismo ianque com a Índia, Europa e Arábia Saudita eleva disputas com a China

O presidente do Estados Unidos (USA) Joseph Biden anunciou durante a Cúpula do G20, realizada no final de semana entre os dias 9 e 10 de setembro, um megaprojeto em parceria com a Índia, países europeus e Arábia Saudita.
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O presidente do Estados Unidos (USA) Joseph Biden anunciou durante a Cúpula do G20, realizada no final de semana entre os dias 9 e 10 de setembro, um megaprojeto em parceria com a Índia, países europeus e Arábia Saudita. O plano coordenado pelo imperialismo ianque, que busca construir um corredor de infraestrutura entre a Índia e a Europa, com passagem por países do Oriente Médio como Arábia Saudita, Jordânia e Israel, eleva as disputas com o social-imperialismo chinês e sua “nova rota da seda”.

Os custos do megaempreendimento ainda não foram revelados. Um cronograma para os projetos deve ser apresentado no prazo relativamente curto de 60 dias. Parte dos projetos são a ligação de redes de energia, instalação de cabos submarinos e terrestres, fornecimento de conexões digitais e a instalação de gasodutos de hidrogênio de Israel para a Europa. 

A oferta busca contrapor-se à expansão do social-imperialismo chinês, que tem avançado sobre a Ásia, Oriente Médio e até mesmo América Latina. Uma das iniciativas chinesas que atinge todas essas regiões é justamente a chamada Iniciativa Cinturão e Rota (ICR), também batizada de “nova rota da seda chinesa”.

A ICR foi lançada em 2013, e tem como propósito expandir a rede de influência e domínio do social-imperialismo chinês por meio do financiamento massivo de obras de infraestrutura como rodovias, ferrovias e obras do setor energético que conectem a Ásia e a Europa. O projeto tem como consequência imediata a submissão dos países semicoloniais envolvidos no projeto, à China, com dívidas massivas dos países oprimidos com bancos chineses, superexploração dos trabalhadores dos países semicoloniais e acesso privilegiado (às vezes monopólico) para os grandes burgueses chineses às matérias-primas desses países. A partir de 2014, o projeto expandiu sua zona de atuação também para a América Latina, após a entrada do Chile na iniciativa. 

Tensões e saqueios

Já o novo projeto anunciado pelo USA soma-se à lista de movimentações do imperialismo ianque na Ásia como forma de contrapor-se à China. Somente nos últimos anos, o USA já coordenou reuniões “multilaterais” na região, como parte do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad), e implementou novos projetos econômicos para a Ásia, entre eles o Panorama Econômico do Indo-Pacífico (Indo-Pacific Economic Framework, IPEF). No âmbito militar, o imperialismo ianque tem elevado as tensões na região de Taiwan, no Mar da China, nas Filipinas, Ilhas Curilhas e na fronteira entre a China e Índia, com exercícios militares que chegaram a bater recordes em proporções e número de tropas mobilizadas.

Nessa ofensiva, o USA busca usar as pugnas entre a Índia e a China a seu favor. Desde 2020, após um confronto entre as tropas indianas e chinesas na Linha de Controle Real (território que divide a fronteira sino-indiana), a Índia tem se aproximado crescentemente da superpotência ianque. 

Todavia, o imperialismo ianque terá mais dificuldades para manejar sua situação no Oriente Médio. Lá, as dificuldades se apresentam na relação entre a Arábia Saudita e Israel e, também, na disputa pela influência com o social-imperialismo chinês. Nos últimos anos, o presidente social-fascista da China, Xi Jinping, tem aproveitado do desgaste do USA na região, causado por sucessivas guerras de agressão realizadas pelo imperialismo ianque no Oriente Médio, para aproximar-se de países como a Arábia Saudita e expandir sua influência já existente sobre o Irã. Em março deste ano, a China intermediou um acordo de reestabelecimento de relações diplomáticas entre o Irã e Arábia Saudita.

É um conjunto de episódios que aponta para a agudização das disputas interimperialistas entre a China e USA, indicativo dos tempos de grandes tormentas mundiais nas próximas décadas. O cenário terá consequências ainda mais diretas para os povos dos países diretamente envolvidos nas disputas, que enfrentarão ainda maior saqueio e exploração de seus países independente da superpotência ou potência que estabelecer seu domínio e conduzir a implementação dos megaprojetos. 

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