No dia 20 de setembro, a polícia indiana lançou uma declaração na qual afirmava a investigação e banimento de 64 organizações do país, em sua maioria organizações populares e democráticas vinculadas à luta camponesa, feminina, à juventude ou à luta classista. A alegação da polícia foi de que as organizações teriam vínculos com o Partido Comunista da Índia (PCI) (Maoista), o que vem sendo desmentido. A organização Fórum Contra a Corporativização e Militarização está organizando uma campanha em defesa das liberdades democráticas e denunciando a ação arbitrária da polícia.
Das 64 organizações criminalizadas, o velho Estado indiano tem centrado seus ataques nas que lutam contra as mineradoras que se instalaram no estado de Jharkhand, zona rural do país. Essas mineradoras monopolistas têm promovido a expulsão em massa de camponeses dessa região de suas terras a fim de se instalarem no território. Os ativistas, apoiadores e advogados que atuam na defesa dos lutadores contra a mineração estão sendo presos e criminalizados sob a já desmentida alegação de terem ligação com o PCI (Maoista).
A alegação de “vínculos aos maoistas” é tão desvalida que até mesmo organizações com grandes distinções ideológicas com o PCI (Maoista) foram inseridas na lista, como a organização gandhiana Ekta Parishad. Essa organização, contudo, também se opõe à mineração das empresas monopolistas em Jarkhand, fato que deixa explícito quais são os interesses do velho Estado indiano com a campanha de criminalização: reprimir ao máximo as massas organizadas na luta contra o saqueio das riquezas naturais e, com as alegações fajutas, buscar atingir acima de tudo a Revolução Indiana e sua vanguarda revolucionária.
Trata-se, portanto, da continuação da política de repressão máxima e encarceramento em massa desencadeada pelo governo fascista de Narendra Modi contra as massas em luta na Índia, acompanhada da política de difamação, perseguição e criminalização contra os revolucionários indianos. No ano passado, medidas similares foram tomadas contra a Frente Popular da Índia (FPI), que também foi banida junto de suas oito organizações afiliadas. O banimento foi denunciado pelo PCI (Maoista).
No mesmo ano, o PCI (Maoista) denunciou, em comunicado, a campanha de militarização total do país em nome da “defesa nacional”, com restrições cada vez maiores às liberdades democráticas no sentido da corporativização total da sociedade indiana.