Após a morte evitável de um recém nascido em um hospital no município de Manicoré, no dia 6 de março, o povo da cidade se rebelo e atacou a casa do prefeito da cidade, Lúcio Flávio (PSD) e setores do hospital. Com medo da revolta das massas, o velho Estado respondeu enviando a Tropa de Choque para identificar e prender os manifestantes.
O caso se iniciou no Hospital Regional Dr. Hamilton Maia Cidade, onde no mesmo dia, um bebê de apenas um dia de vida teria falecido devido a complicações médicas. Os moradores e parentes do recém nascido acusam, entretanto, tanto negligência médica quanto da prefeitura, que não teria se interessado em prestar o auxílio necessário a tempo.
A resposta das massas, após o funeral do bebê, foi convocar uma grande manifestação que atacou parte das instalações do hospital e prosseguiu na direção da própria casa do Prefeito, Lúcio Flávio (PSD), que não estava na residência na ocasião. Com a ajuda de um carro, as massas destruíram o portão e tomaram a residência, demonstrando sua fúria contra essa injustiça.
Em resposta à rebelião, o governo municipal acionou a Tropa de Choque da Polícia Militar. Em nota, o governo local afirmou que: “atos inaceitáveis de depredação e danos à propriedade serão enfrentados com a plena força da lei. A Prefeitura de Manicoré assegura que os responsáveis por essas ações serão identificados e responderão perante a justiça pelas suas condutas”. Em outra nota, a prefeitura ainda acusou cinicamente os moradores de quererem “politizar” um evento trágico.
A verdade é que o caso não se trata de um “incidente isolado” ou mesmo apenas um “evento trágico”, mas sim de um sintoma da destruição da saúde pública em todo o Brasil e, em especial, no estado do Amazonas, como denunciam os próprios trabalhadores do setor.
Atolado em crimes, prefeito teme novas rebeliões
O principal alvo da manifestação, o prefeito Lúcio Flávio (PSD), mantém também uma extensa ficha corrida de condenações, onde já foi apontado pela justiça como autor de ações de “compra de votos” durante as eleições de 2016, assim como de usar verbas públicas para contratar um PM para sua “segurança particular”.
Após o ato, a primeira ação do político foi mobilizar as forças de segurança da cidade para guardarem sua residência e, logo após, buscar uma nova equipe da tropa de choque para o município. Essas ações demonstram o profundo pavor do reacionário frente a um novo levantamento dessas massas, que por pouco não generalizaram uma grande revolta em toda a cidade.
