RO: Pistoleiros ameaçam famílias do acampamento Escurão 5 dias após assassinarem camponês

A invasão dos pistoleiros seguida de ameaças de morte ocorreu durante a noite do dia 25/04. Ataques contra o acampamento ocorrem há mais de um mês.
Ataques de pistoleiros contra acampamento Escurão ocorrem há mais de um mês. Foto: Abrapo
Ataques de pistoleiros contra acampamento Escurão ocorrem há mais de um mês. Foto: Abrapo

RO: Pistoleiros ameaçam famílias do acampamento Escurão 5 dias após assassinarem camponês

A invasão dos pistoleiros seguida de ameaças de morte ocorreu durante a noite do dia 25/04. Ataques contra o acampamento ocorrem há mais de um mês.
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Na noite do dia 25 de abril, pistoleiros a mando do latifúndio voltaram a ameaçar famílias do acampamento Escurão, localizado na zona rural de Pimenta Bueno, em Rondônia. A invasão se deu cinco dias apoś o assassinato de Adelmo Umbilino, camponês morador do acampamento que foi encontrado morto com marcas de tiros em sua casa. As mais de 30 famílias camponesas do acampamento têm sido constantemente ameaçadas e fustigadas pelo latifúndio desde março. 

Segundo informações da Associação Brasileira de Advogados do Povo (Abrapo), divulgadas às 22h do dia 25/04, as famílias denunciaram que “[os pistoleiros] estão ameaçando de morte as famílias posseiras que não deixarem o local”. 

Esse novo ataque às famílias camponesas do acampamento Escurão, dirigido pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP), dá continuidade à série de intimidações, fustigações e até mesmo assassinato cometidos pelos bandos pistoleiros do latifúndio contra os camponeses em luta na região. No dia 21/04, o camponês Adelmo Umbilino, morador do acampamento, foi encontrado morto com marcas de tiro em sua casa. A Abrapo acusa a milícia privada do latifúndio de ter cometido o assassinato. 

Já no mês passado, os camponeses do acampamento Escurão foram fustigados com tiros de arma de fogo disparados pelas tropas milicianas do latifúndio local. Assim como no caso recente, os pistoleiros ameaçaram e intimidaram as famílias a abandonarem suas terras. 

Essa continuidade de ataques contra o acampamento Escurão se insere no contexto gravíssimo de repressão à luta pela terra em todo o país e particularmente no estado de Rondônia, cenário denunciado pela LCP como a busca do latifúndio, policiais militares e governo do estado de “incrementar a repressão às Áreas camponesas da região”. 

Leia também: Norte de Minas: LCP denuncia atuação de PMs em bandos paramilitares do latifúndio

No objetivo de frear a luta camponesa, o latifúndio e suas milícias já cometeram, nos últimos meses, torturas, ameaças, intimidações, fustigação e assassinatos contra os camponeses em luta. Somente no estado de Rondônia, quatro camponeses foram assassinados nos últimos quatro meses. Soma-se a repressão oficial do velho Estado, desencadeada por meio de despejos promovidos por policiais militares e prisões de lideranças camponesas. Concomitante a esse processo, ocorre também, por todo o país, a repressão desenfreada às retomadas indígenas e Terras Indígenas através de despejos, assassinatos, fustigação e prisões

Leia também: Contra o latifúndio, a criminalização e o oportunismo: Avançar as retomadas!

Contra essa sequência de crimes cometidos, as massas camponesas e indígenas elevam ainda mais a necessidade de combater o latifúndio e seguem a promover ações por todo o país. Desde o início do ano, dezenas de milhares de camponesas promoveram protestos e tomadas de terras na Bahia, São Paulo, Paraná, Pernambuco, Espírito Santo e Goiás. Em nota recente, a LCP afirmou que as ações de terror do latifúndio não frearão a luta camponesa e que os latifundiários “não terão paz, enquanto as terras roubadas dos camponeses pobres não retornarem aos verdadeiros donos e o sofrimento causado e sangue derramado não for vingado!”.

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