Jaílson de Souza

Mais de 30 sindicatos lançam Manifesto em protesto contra intervenção da patronal e em defesa da liberdade sindical

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Será que Tomás Ribeiro Paiva e seus pares “legalistas” considerariam absurda a hipótese de desfechar um golpe militar agora se as massas estivessem em sublevação e se tivesse anuência do Departamento de Estado norte-americano?
É óbvio que a grande advertência de Freire Gomes a Bolsonaro foi inócua: apesar dela, toda a articulação golpista ocorreu sob seus olhos, impotente, e só não resultaram em um golpe de Estado porque não teria apoio dos Estados Unidos.
Marielle foi vítima da velha democracia que, incapaz de aplacar o golpismo que germina desde suas entranhas, produziu o próprio bolsonarismo e amamentou a extrema-direita com décadas de apaziguamento e conciliação.
Tudo aponta à comprovação da tese, desde há muito levantada por esta tribuna, de que aquelas manifestações de galinhas verdes tinham um núcleo-duro operacional de gente profissional, funcionando como um partido político de extrema-direita e com capacidade militar.
Na tentativa de ganhar o espólio eleitoral de Bolsonaro, inelegível, o governador Tarcísio tem se esforçado. Hoje, ele respondeu críticas à PM, que já vitimou 63 pessoas na Baixada Santista: “Pode ir para a ONU, para a Liga da Justiça, no raio que o parta, eu não tô nem aí”.
A “democracia” está enganchada nas baionetas de generais pouco afeitos às liberdades democráticas, não raro, tidas como empecilho para seu trabalho de ferrolho contrarrevolucionário. Neste sentido, quer seja Luiz Inácio, quer sejam os “democratas” da direita tradicional, todos são incapazes de assegurar os próprios direitos democráticos.
A julgar pelas suas desculpinhas, estamos diante de um santo. Mas a realidade o desmascara. Estamos diante de um amoitado! Talvez por isso Braga Neto tenha lhe apelidado com aquele epíteto grosseiro. Trata-se do general que será lembrado como aquele que aguardou até o último lance pela definição dos fatos, para escolher qual lado seguir.
Luiz Inácio, ao tentar apaziguar os generais, os “moderadores da Nação”, levantando a bandeira de “esquecer as cicatrizes”, só dá mais margens políticas para o golpismo de amanhã.